Doentes psiquiátricos ficam “dias a fio” nas urgências de Coimbra

Enquanto esperam por uma vaga, doentes psiquiátricos passam vários dias nas urgências do Hospital de Coimbra. Denúncia parte de um abaixo assinado no qual participaram cerca de 40 clínicos.

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Melissa Lopes
08/07/2019 14:02 ‧ 08/07/2019 por Melissa Lopes

País

Doentes

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) denuncia que a falta de vagas para internamento de agudos no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está a fazer com que “doentes com critérios para internamento compulsivo fiquem vários dias no serviço de urgência”.

A denúncia, baseada num abaixo-assinado a que perto de 40 clínicos aderiam, refere que enquanto esperam por uma vaga no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria, os doentes passam “dias a fio” nas urgências com todas as dificuldades associadas. 

Durante essa espera, "os doentes passam (...) dificuldades em satisfazer as suas necessidades básicas de higiene e alimentação, já que não existem condições para os internar. A título de exemplo, apenas comem bolachas, sopa e leite ou sumos", denuncia o abaixo assinado.

Uma situação que fragiliza ainda mais os doentes, que ficam mais vulneráveis e tendem a desenvolver complicações  orgânicas com infecções hospitalares". 

"Nestas condições, estão ultrapassados todos os limites definidos quer pelas normas do serviço quer pelas 'leges artis' que deveriam ser aplicadas ao doente psiquiátrico.  A Ordem dos Médicos continua a pugnar pela qualidade da prestação dos cuidados de saúde e considera inaceitável a falta da vagas para internamento de doentes agudos de Psiquiatria. Está em causa a dignidade na assistência destes doentes", reforça o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

O dirigente da SRCOM explica ainda que "a diminuição progressiva do número de camas disponíveis durante os últimos anos atingiu o seu pico no final de 2018 aquando do encerramento da Psiquiatria Mulheres, nos designados Blocos de Celas, por danos ocorridos aquando da tempestade 'Leslie'".

"Parte das vagas encerradas foram deslocadas para o Internamento Masculino dos Hospitais da Universidade de Coimbra (no rés-do-chão do bloco central) e para o Pavilhão 2 do Hospital Sobral Cid (no 1º andar, sem elevador), com sobrelotação desses espaços. Desde então, face à carência por vezes grave de camas, há doentes com patologia psiquiátrica que, por permanecerem há demasiado tempo no Serviço de Urgência, são internados noutras enfermarias, sem os devidos cuidados especializados", alerta.

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