Explicação da Proteção Civil para golas? "Foi pior a emenda que o soneto"

Jaime Marta Soares pede que se apurem as responsabilidades no caso das golas antifumo, fabricadas com material inflamável, que foram distribuídas às populações das localidades que apresentam maior risco de incêndio.

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Melissa Lopes
26/07/2019 11:51 ‧ 26/07/2019 por Melissa Lopes

País

Incêndios

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses não ficou convencido com a justificação dada pela Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil (ANEPC) sobre as golas antifumo inflamáveis distribuídas à população no âmbito do programa ‘Aldeia Segura’. De acordo com a Proteção Civil, o material em causa não é de "combate a incêndios" nem de "proteção individual", mas sim de sensibilização.

“É pior a emenda que o soneto”. É desta forma que Jaime Marte Soares comentou a questão, em declarações à TVI, acrescentando que a ANEPC “não tem que arranjar este tipo de desculpas”. Deve antes “assumir que errou, mandar recolher e substituir o material”.

O responsável pela Liga dos Bombeiros Portugueses realçou ainda que esta situação, que classifica de "inadmissível", “poderia ter causado feridos gravíssimos" e até "a morte da própria pessoa” que usasse aquelas golas para fugir do fogo, e questiona como é que se sensibiliza a população com um material que pode constituir uma arma.

Jaime Marta Soares não acredita que tenha existido má-fé ou negligência intencional, mas exige que se apurem todas as responsabilidades para que a situação não volte a repetir-se.

“A culpa não pode morrer solteira”, disse, acrescentando que o Ministério da Administração Interna (MAI) deve usar todos os meios para realizar um inquérito “rigoroso” e apurar quem foi culpado, sobre o qual deve recair um processo disciplinar.

Situações como esta, reforçou Marta Soares, “não podem em circunstância alguma repetir-se”. No seu entendimento, perante esta situação a Proteção Civil devia, além de apurar as responsabilidades, apresentar desculpas públicas, pondo assim “um ponto final na incompetência e ligeireza das decisões”.

E, caso a escolha pelo material das golas antifumo tenha sido motivada por questões economicistas, escolhendo-se o material mais barato, Jaime Marta Soares considera o caso “gravíssimo” e aí “atinge outro patamar que pode ter indícios criminais”, apontou. “Tem que se apurar todas as circunstâncias”, insistiu o responsável.

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