No dia em que se desvenda mais um capítulo da novela que diz respeito aos kits de proteção contra incêndios – o filho do secretário de Estado da Proteção Civil celebrou, através da sua empresa, três contratos com o Estado, o que vai contra o determinado pela Lei das Incompatibilidades – o jornal El País dá destaque à controvérsia que reina em terras lusitanas.
Com o título ‘Polémica em Portugal por comprar roupas anti-incêndios inflamáveis’, o artigo descreve a sucessão de factos que têm vindo ao conhecimento do povo português. A “trama”, lê-se no texto espanhol, “começou com a descoberta de que as golas para se colocar à frente da boca para não se inalar fumo foram fabricadas com material inflamável”.
Depois, prossegue o El País, descobriu-se que o “contrato de fabricação era de um valor superior aos preços de mercado” e, “finalmente, descobriu-se que o responsável era um adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, José Neves”.
“Mais ainda, o filho deste, Nuno Neves, assinou vários contratos com organismos públicos, o que é proibido pela Lei das Incompatibilidades”, acrescenta o jornalista.
Apresentada a polémica, o El País destaca que esta surge durante a época de incêndios e em “vésperas eleitorais, o que aumenta as críticas contra o Governo socialista e os seus dirigentes, que culpam toda gente pelos incêndios, exceto à sua Administração”.
Em jeito de contextualização, o jornal espanhol recorda ainda que “nos recentes incêndios de Mação, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, acusou o autarca de não ter ativado o Plano de Emergência, o que levou a críticas das autoridades municipais”.