Numa época em que as alterações climáticas estão na ordem do dia pelos piores motivos, toda a sociedade anda mais atenta à necessidade de alterar hábitos para prolongar a esperança média de vida do planeta.
Os incêndios são um dos aspetos mais falados. Ainda este sábado deflagrou um incêndio na ilha espanhola Gran Canaria, que se mantém fora de controlo e que já obrigou a retirar cerca de 8 mil pessoas das suas casas.
Por cá, os incêndios também despertam assim que as temperaturas sobem, sendo a tragédia de Pedrógão a mais sonante devido ao seu saldo de vítimas mortais.
Aliás, foi na sequência do que aconteceu em Pedrógão que o Governo lançou uma iniciativa que ficou conhecida como cabras sapadoras e que consiste em utilizar rebanhos para a gestão do combustível existente nas matas e florestas do país. Por outras palavras, o papel das cabras na prevenção dos incêndios é o de comer a florestação, deixando, desta forma, os terrenos limpos e menos propícios à propagação das chamas.
Isto mesmo é noticiado pelo jornal The New York Times cujos repórteres visitaram a aldeia algarvia de Vermelho, tendo a oportunidade de conversar com Leonel Martins Pereira, um dos agricultores da zona que dispensa as suas cabras para o projeto-piloto que o jornal chama de “bombeiros low-cost”.
© The New York Times
Na publicação lê-se que “Portugal tem tido dificuldades em encontrar soluções para os incêndios que devastaram o país nos últimos anos”.
“Testou ferramentas de alta tecnologia como drones, usou satélites e aeronaves para combater os fogos. Lidou com mudanças políticas a longo prazo para melhorar a gestão florestal para conseguir prevenir incêndios. E depois há as cabras”, acrescenta o jornalista.