Remoção de praga de jacintos de água no rio Sorraia na próxima semana
A remoção da praga de jacintos de água nas zonas mais críticas do rio Sorraia, entre Coruche e Benavente, no distrito de Santarém, vai começar na próxima semana, avançou hoje à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Coruche.
© Getty Images
País Praga
"Na próxima semana vêm meios para o terreno [com o objetivo de remover os jacintos de água] que vão atuar nas zonas mais críticas [do rio Sorraia]", explicou Francisco Oliveira (PS), acrescentando que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai também "desenvolver um plano de ação" para intervir "ao longo do tempo".
Uma praga de jacintos de água está a afetar a fauna e a flora num troço de cerca de 18 quilómetros do rio Sorraia.
Segundo o autarca de Coruche, o início da remoção das plantas deverá acontecer "a partir de terça-feira ou quarta-feira", mas vai ser necessário "avaliar de uma forma mais cautelosa todas as formas de intervenção".
Apontando que este é um trabalho que tem de continuar "ao longo do tempo", a operação vai decorrer "até se entender que os troços mais críticos estão completamente limpos", não existindo, por essa razão, um prazo de conclusão.
"Estamos a falar de uma intervenção com meios mecânicos. Não podemos estar a intervir no sentido de combater o jacinto pondo em causa o ecossistema, indo contra o meio ambiente", vincou.
De acordo com Francisco Oliveira, o fenómeno não é novo, mas "tem vindo a aumentar" nos últimos anos, devido às "alterações climáticas" e porque "o caudal é muito menor" em relação a anos anteriores.
"Como [o caudal do rio] é menor e não tem corrente para arrastar os jacintos, significa que em algumas bacias com mais água tem mais capacidade para se desenvolver", sustentou, referindo que esta situação também afeta alguns afluentes do Sorraia.
Além disso, os terrenos agrícolas nas proximidades da margem do rio "são ricos em fósforo, fosfatos e azoto que alimentam o jacinto de água".
O presidente da Câmara Municipal de Coruche esclareceu também que "foi disponibilizada uma draga pelo município de Águeda", no distrito de Aveiro, porque esta autarquia tem, igualmente, "esse problema com os jacintos".
A operação vai permitir, "em simultâneo, desenvolver um plano de ação que permita estudar o rio" e escolher "a tipologia de intervenção" para cada troço.
De acordo com o autarca socialista, os trabalhos de remoção desta espécie vão ser coordenados pela APA, estando marcada uma reunião para o início de setembro entre esta entidade, os executivos municipais de Coruche e Benavente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e outras entidades locais.
Em 24 de julho foi construído um açude no rio Sorraia devido à necessidade de se criar uma represa com água doce porque a produção agrícola naquela zona estava em risco por as águas apresentarem um elevado nível de salinidade.
O açude foi hoje desmantelado, o que causou "o arrastamento para jusante de alguma quantidade de jacintos de água", planta infestante que invadiu de forma muito significativa boa parte do rio Sorraia, explicou à Lusa o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU).
"A quantidade de jacintos de água que foi hoje arrastada é uma pequeníssima parte do problema que temos aqui com esta praga, uma questão que vamos resolver em articulação com outras entidades e autarquias", acrescentou Carlos Coutinho.
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