"Vidas suspensas": GNR cancela transferência de militares à 'última hora'
Associação dos Profissionais da Guarda denuncia situação que terá deixado, de forma repentina, muitos militares sem certezas quanto ao seu futuro.
© Global Imagens
País APG/GNR
Já tinham deixado as casas que tinham arrendadas e procedido ao arrendamento de novas habitações; matriculado os filhos em novas escolas e já estariam de malas prontas para rumarem a um novo destino. Mas, à última hora, sem que nada o fizesse prever, as transferências foram canceladas.
Serão, segundo sabe o Notícias ao Minuto, dezenas os militares da GNR que viram as suas vidas ficarem em suspenso na passada sexta-feira. Em causa estão as transferências, "quer por imposição, quer por escolha", de posto de trabalho dos cabos da GNR, que de um momento para o outro foram canceladas. Isto já depois de os militares terem procedido às mudanças necessárias para esta nova fase da sua vida.
Acontece que, e segundo explica a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), "na sequência de uma decisão judicial estas colocações foram suspensas, tendo o Comandante-Geral decidido suspender de igual forma as colocações por oferecimento a título normal".
"Notoriamente o que se pretende é dividir os profissionais e criar animosidades pouco salutares, pois saberá o Comando que muitos dos profissionais que iam hoje [segunda-feira] ser colocados por oferecimento estão já há anos a aguardar transferência para perto das suas famílias e, considerando que só na sexta-feira as colocações foram suspensas terão prejuízos maiores, pois compraram viagens para os locais de destino (nalguns casos das regiões autónomas), matricularam os filhos já nos locais para onde seriam transferidos e chegaram mesmo a entregar as habitações que tinham arrendadas nos locais onde prestavam serviço e onde inesperadamente vão continuar", alega esta associação sindical, num comunicado intitulado 'Transferências suspensas, vidas suspensas'.
Considerando que o "Comando da Guarda demonstrou um profundo desrespeito por aqueles cujos interesses devia zelar e que são inadmissíveis os prejuízos", a APG/GNR questiona, ainda, "quem vai assumir a responsabilidade financeira destes encargos, já para não falar nos danos morais a que estes elementos ficaram sujeitos".
Os militares afetados por esta situação serão os militares recentemente promovidos à categoria de cabo e que seriam transferidos para novos postos de trabalho por imposição, e os cabos que já assumindo este cargo há vários anos no mesmo local seriam agora transferidos para novos postos à sua escolha.
O Notícias ao Minuto já entrou em contacto com o Comando da GNR, aguardando esclarecimentos.
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