Associação diz que acusação da IGAI contra militares é "tentativa de intimidar"
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou hoje "uma tentativa de intimidar" os militares da GNR a acusação da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) contra quatro elementos que, em 2012, participaram numa manifestação de protesto a medidas governamentais.
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País APG/GNR
A IGAI acusou quatro militares da GNR de violarem "os deveres de proficiência e de correção", arriscando-se a serem suspensos até 120 dias, por terem chamado "gatuno" ao ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, durante uma manifestação em Março de 2012.
Durante o protesto, promovido pela APG e pela Associação Nacional de Sargentos da Guarda, e junto ao Ministério da Administração Interna, um "número indeterminado de manifestantes não identificado gritou, várias vezes, invasão, invasão - Macedo paga o que deves - Nós só queremos o que é nosso por direito - GNR unida jamais será vencida", lê-se na acusação da IGAI, a que agência Lusa teve acesso.
A acusação refere também que, entre esses manifestantes, estavam os quatro arguidos, que gritaram, algumas vezes, "gatuno, gatuno".
Para a IGAI, os quatro militares violaram, "de forma manifesta, os mais elementares princípios da ética militar e do próprio civismo", uma vez que desrespeitaram "o Governo, em geral, um membro do Governo, em particular".
A acusação refere que os arguidos "perturbaram a ordem e a tranquilidade do próprio" ministro da Administração Interna, tendo as expressões lesado "o prestígio da própria GNR" e colocado "em causa a capacidade funcional da GNR".
O presidente da APG, César Nogueira, disse à agência Lusa que a acusação é "uma tentativa de boicotar" o associativismo na GNR e "uma forma de tentar intimidar" os profissionais da Guarda por terem a condição de militar.
César Nogueira considerou também "estranho" que a acusação tenha sido conhecida uma semana antes da realização da manifestação de todos os profissionais dos serviços e forças de segurança.
Os quatro militares têm agora 20 dias para apresentar defesa, processo que está a ser preparado pelo gabinete jurídico da APG.
O presidente da APG disse que um dos pontos da defesa vai passar por questionar a IGAI sobre como chegou a estes quatro militares, tendo em conta que, no protesto, participaram mais de mil.
Miguel Macedo não recebe, em reunião, a APG desde a realização dessa manifestação, exigindo o ministro um pedido desculpas ao comando-geral da GNR da Associação dos Profissionais da Guarda pelos comportamentos adotados.
"O ministro tem utilizado essa ação porque sabe que a APG é a associação mais representativa", disse ainda César Nogueira.
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