Militares portugueses elogiados por desempenho contra grupo armado

O comandante militar da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) reconheceu hoje a "forte determinação" dos militares portugueses em expulsar um grupo armado de várias cidades do país africano.

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Lusa
17/09/2019 21:27 ‧ 17/09/2019 por Lusa

País

RCA

Numa carta de elogio dirigida aos militares da 5.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana (RCA), maioritariamente composta por comandos, o general senegalês Balla Keita destacou o "compromisso, dedicação e ação sem falhas" do contingente português, que é a Força de Reação Rápida da MINUSCA na RCA.

Segundo o documento, divulgado pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), para Balla Keita os militares portugueses foram determinantes para expulsar os elementos do grupo armado 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação) das cidades de Boukaya, Letele, Bohong e Yade, situadas a cerca de 500 quilómetros da capital da RCA, Bangui.

Na carta, o general senegalês, que já antes tinha considerado os militares portugueses como os seus "ronaldos", lembrou que nem o limitado apoio aéreo ou as dificuldades operacionais condicionaram a sua ação, destacando o profissionalismo e a capacidade de efetuarem operações ofensivas contra os grupos armados, mantendo sempre preocupação de proteger os civis.

"O comandante militar da MINUSCA destacou o papel crucial das tropas especiais comandos durante as operações para libertar a população da opressão dos grupos armados, cuja presença constitui uma ameaça à segurança e à liberdade de civis inocentes", acrescenta o EMGFA, em comunicado.

A 5.ª Força Nacional Destacada na RCA, com um efetivo total de 180 militares, maioritariamente composta por tropas especiais comandos, três controladores aéreos avançados da Força Aérea e militares de outras unidades do Exército, regressou a Lisboa na quinta-feira.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde está a 6.ª Força Nacional Destacada (FND), e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel Hilário Peixeiro.

A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.

Na RCA estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.

 

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