A Polícia Judiciária está a fazer buscas, na manhã desta quarta-feira, no Ministério da Administração Interna, na sede da Proteção Civil e na empresa Foxtrot por causa do negócio das golas antifumo, avança a TVI24. Estão 200 elementos envolvidos nas buscas.
Em causa estarão os crimes de participação económica em negócio e desvio de subsídio. A empresa Foxtrot foi a fornecedora das golas antifumo.
A TVI avança ainda que há buscas a decorrer também no gabinete do secretário de Estado da Proteção Civil.
Entretanto, em comunicado enviado às redações, o Ministério da Administração Interna já confirmou as diligências: "O Ministério da Administração Interna confirma a realização de diligências do Ministério Público e da Polícia Judiciária nas instalações do MAI e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil". Na mesma nota é acrescentado ainda que "está a ser prestada toda a colaboração na realização das referidas diligências".
Também a Procuradoria-Geral da República confirma a realização das buscas no âmbito de uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Também vários comandos distritais de operações de socorro (CDOS) estão a ser alvo de buscas.
"É uma operação que está a decorrer em todo o país e o Porto não é diferente. Estamos a colaborar", disse à Lusa o comandante de operações de socorro daquele distrito, Carlos Alves.
Nas instalações do CDOS de Faro, em Loulé, estão três inspetores da Polícia Judiciária, que chegaram ao edifício logo ao início da manhã, confirmou o comandante operacional distrital, Vítor Vaz Pinto.
"Estamos a disponibilizar tudo o que for necessário para facilitar o seu trabalho", referiu o responsável, sublinhando que estão "de portas abertas" e facilitarão o acesso das autoridades a toda a documentação que lhes for solicitada.
Em Coimbra, fonte ligada ao processo confirmou buscas no âmbito do "Aldeia Segura", referindo que está a ser realizada uma verificação de documentos.
Outras fontes da Proteção Civil indicaram também que há buscas no CDOS de Portalegre e de Beja. Neste caso, desde cerca das 09h30 que uma equipa da Polícia Judiciária está reunida com o comandante operacional distrital.
Recorde-se que o Ministério Público abriu, em julho deste ano, um inquérito para investigar a compra destas golas.
As 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização foram entregues à população abrangida pelo programa 'Aldeia Segura, Pessoas Seguras' e custaram 125 mil euros.
Após estas notícias, que levaram à demissão de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou efetuar, através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), testes e um relatório ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais (CIIF), dirigido por Xavier Viegas. Este teste concluiu que as golas de material inflamável não ardem, mas perfuram.
[Notícia atualizada às 10h35]