Momento de tensão. Seguranças travam Costa em arruada em Lisboa

O primeiro-ministro exaltou-se esta sexta-feira na arruada em Lisboa com um cidadão que o acusou de ter tirado férias nos incêndios de Pedrógão Grande em 2017. "É mentira, é mentira", respondeu Costa, que teve de ser afastado pelos seguranças.

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Melissa Lopes
04/10/2019 17:22 ‧ 04/10/2019 por Melissa Lopes

Política

Lisboa

"Quando foi os incêndios de Pedrogão Grande, o senhor estava nas suas merecidas férias", diz o cidadão ao secretário-geral do PS, manifestando estar relutante em votar no PS. "Não estive não", corrige Costa. "Interrompeu [as férias]", continua o cidadão, ao que o primeiro-ministro responde insistentemente: "É mentira, é mentira". A troca de palavras aqueceu e António Costa teve mesmo de ser travado pelos seguranças. 

O incidente ocorreu já no final da arruada, por baixo das arcadas da Praça do Comércio. Momentos depois, o socialista reagia ao episódio. 

"Não é incidente. Era um senhor que estava ali para provocar, repetindo uma mentira que tem sido muitas vezes repetida, a respeito de uma situação trágica que atingiu o país e  é repugnante que alguém a utilize como campanhas para atacar", explicou António Costa aos jornalistas.

"Em 17 de junho  de 2017 estava cá, no dia 18 de junho de manhã estava na Câmara Municipal de Pedrógão a reunir com todos os presidentes, menos com o de Castanheira de Pera, que estava incontactável (...) Fizémos o levantamento da tragédia". 

"Eu estava cá e estive no meu lugar e nas minhas funções", reforçou. 

Para o secretário-geral do PS, é "vergonhoso como a Direita recorre a golpes tão baixos como aquele a que assistimos agora".

"[O episódio] marca seguramente negativamente quem plantou aquele senhor para fazer esta provocação e a repetir um insulto que tem circulado várias vezes nas fake news, das campanhas negras, em que PSD e CDS se tornaram especialistas. Mas isso diz do carácter dessa gente. Efetivamente, há limites para tudo e mesmo uma pessoa calma e serena tem que reagir", frisou ainda o primeiro-ministro, admitindo que, deveria ter reagido "mais calmamente". 

Mas, "não é por ser político que deixo de ser uma pessoa de carne e osso"

Veja o momento de exaltação nos vídeos abaixo:

A caravana do PS segue, entretanto, de comboio para o Porto, onde esta noite encerra a campanha eleitoral.

De sublinhar que o incêndio que deflagrou há dois anos em Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos provocou a morte de 66 pessoas e 253 feridos, sete dos quais graves, e destruiu cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

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