"Era bastante expectável a continuidade", afirmou à agência Lusa João Dias da Silva, referindo que o ministro da Educação hoje proposto "tem a vantagem de conhecer os dossiês que estão por resolver, os problemas que estão identificados e que precisam de ser solucionados, particularmente os que dizem respeito às carreiras dos profissionais da educação, docentes e não docentes".
Para João Dias da Silva, "há necessidade de intervir no sentido de repor o prestígio da profissão docente, de a valorizar, de rejuvenescer a carreira docente", além de "resolver os constrangimentos relativos aos concursos para docentes e não docentes, para que as escolas tenham os funcionários de que necessitam".
O presidente da FNE referiu ainda outras matérias que necessitam da atenção do ministro, como "a formação inicial e contínua de professores, o apoio que deve ser disponibilizado aos professores em início de carreira e para o desenvolvimento de uma carreira que não tenha constrangimentos".
"Neste momento, que é de início de ano letivo, o que mais nos preocupa é a organização do tempo de trabalho dos professores e a falta de condições dos professores mais novos para aceitaram os horários disponíveis", declarou, apontando, igualmente, a insuficiência de trabalhadores não docentes, "um problema que persiste e precisa de ser resolvido".
João Dias da Silva realçou que a equipa do Ministério da Educação não é só o ministro, pelo que é importante que este "saiba rodear-se de secretários de Estado que conheçam a área, que estejam disponíveis para o diálogo e para encontrar soluções e resolver os problemas".
Questionado sobre se a recondução de Tiago Brandão Rodrigues o deixava satisfeito, o presidente da FNE respondeu: "A nós não são as pessoas que nos satisfazem. O que é importante são as políticas que vierem a ser determinadas".
O XXII Governo Constitucional, hoje apresentado por António Costa ao Presidente da República, vai ter como ministros de Estado Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno.
Catorze ministros mantêm-se à frente das mesmas pastas, existindo cinco novos ministros, o que, segundo fonte do executivo, representa um sinal de "estabilidade e de continuidade" em relação ao anterior elenco governamental.
O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais, e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.
O Governo deve ser empossado pelo Presidente da República "na próxima semana", em "data a determinar", após a publicação do mapa oficial das eleições de 06 de outubro e da primeira reunião do parlamento.
O PS foi o partido mais votado nas eleições de 06 de outubro, com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos, seguindo o PSD, com 27,90% dos votos e 77 mandatos no parlamento, quando ainda falta apurar o resultado dos círculos da emigração.