Sines leva segurança, livros e roupa a África na 1ª. saída de Portugal
O navio-patrulha Sines chegou nos últimos dias a Cabo Verde, a primeira paragem internacional desde que foi entregue à Marinha, para combater a pirataria e entregar 15 toneladas de livros e roupa em países africanos de língua portuguesa.
© Getty Images
País Navio
Com 83,1 metros de comprimento e 1.850 toneladas, o navio conta com uma guarnição de 44 elementos e foi entregue pelos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, à Marinha portuguesa, em 06 de julho de 2018, sendo esta a primeira incursão fora de águas nacionais, neste caso numa missão de reforço da segurança no golfo da Guiné, afetado pela pirataria marítima.
A bordo, além de marinheiros, fuzileiros e armamento, estão várias toneladas de material doado por instituições portuguesas e que será distribuído por países de língua portuguesa ao longo da missão, que só termina com o regresso a Portugal, a 15 de dezembro.
Atracado desde segunda-feira na cidade da Praia, após uma primeira paragem na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, o NRP (Navio da República Portuguesa) Sines, explicou o comandante da força, tem como primeiro objetivo "contribuir para o esforço internacional para melhorar a segurança marítima no golfo da Guiné e na costa ocidental africana".
Em simultâneo, acrescentou o capitão-de-mar-e-guerra Rodrigues Campos, assume a missão de "ação externa do Estado português", no âmbito da cooperação com os países lusófonos.
Em Cabo Verde, além de consultas por parte da equipa médica do próprio navio, o NRP Sines já descarregou 7,7 toneladas de material recolhido em instituições portuguesas, desde livros a vestuário e calçado.
Na quarta-feira, o navio-patrulha parte para São Tomé e Príncipe, com uma paragem de 08 a 10 de novembro, e além de ações de cooperação e treino militar com as forças armadas são-tomenses, vai distribuir quase três toneladas de material idêntico, tal como em Angola, onde faz escala de 13 a 16 de novembro.
Já no regresso a Portugal, o NRP Sines escala a Guiné-Bissau, de 29 de novembro a 05 de dezembro, prevendo, além da cooperação com as forças guineenses e do reforço da vigilância contra ações de pirataria marítima, a distribuição de mais de uma tonelada de material. Neste caso incluem-se tendas e fardamento para mais de 200 fuzileiros guineenses, cedido pela Marinha portuguesa.
Na quarta-feira, ainda em Cabo Verde, o navio vai realizar um desembarque anfíbio com fuzileiros cabo-verdianos e operações de fiscalização com a Guarda Costeira.
"Todo um conjunto de missões que são habituais e que vêm estreitando as relações que Portugal tem com Cabo Verde, colaborando também na fortificação das capacidades das autoridades cabo-verdianas", apontou o comandante da segunda missão de 2019 da operação "Mar Aberto".
Além dos países de língua portuguesa, o navio vai escalar nas próximas semanas a Nigéria, o Togo, a Costa do Marfim e o Senegal.
"Sempre com o objetivo de fazer um forte contributo para garantir a segurança marítima no golfo da Guiné e colaborar de uma forma muito forte e muito ativa com os países com quem Portugal tem compromissos assumidas", acrescentou o comandante da força.
Depois de quatro meses, ainda na primeira metade do ano, em operações de busca e salvamento no arquipélago dos Açores, o NRP Sines partiu em 07 de outubro para a aquela que é viagem mais longa nos 15 meses ao serviço da Marinha portuguesa.
"É um navio fantástico, como todos os outros navios desta classe", admitiu a capitão-tenente Mónica Martins. A comandante do NRP Sines recorda que está é a primeira missão fora da área de responsabilidade nacional, misturando a componente operacional, de vigilância marítima, formação e treino com outras Marinhas, com o componente social.
A bordo do navio, o que acontece pela primeira vez nos quatro patrulhas já ao serviço da Marinha (ainda o NRP Viana do Castelo, NRP Figueira da Foz e NRP Setúbal), segue um 'drone', que permite alargar o alcance da vigilância marítima do NRP Sines.
As condições que proporciona em alto-mar à guarnição e a grande autonomia são características elogiados pela comandante do navio.
"E acima de tudo um grande automatismo. Nós temos cerca de 3.000 sensores a bordo (...) O elevado nível de automatismos permite reduzir o número de pessoas a bordo, assim a gestão dos recursos humanos é muito mais fácil", acrescentou a comandante Mónica Martins.
O programa de patrulhas, navios projetados como não combatentes e de desenho totalmente desenvolvido nos estaleiros de Viana do Castelo, visa a progressiva desativação da frota de corvetas, que operam, cada uma, com o dobro da guarnição e ao serviço desde o início da década de 1970.
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