José Sócrates chegou, esta quarta-feira, ao Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa para aquele que é o terceiro dia de interrogatório na fase de instrução do processo da Operação Marquês. À entrada, o antigo primeiro-ministro fez questão de responder às declarações feitas pelo procurador Rosário Teixeira.
"Não tenho nada para vos dizer porque não faço comentários sobre o que se passa no tribunal", começou por dizer aos jornalistas à chegada.
Mas continuou, referindo que queria responder às declarações feitas pelo procurador: "Hoje reparei numa declaração do sr. Procurador [Rosário Teixeira], nos jornais, de que no final faríamos contas e considero essa declaração perfeitamente infeliz e completamente imprópria".
"Mas é muito revelador de tudo o que esteve na base deste processo, uma certa motivação pessoal. Pensava que os procuradores da República tinham apenas uma preocupação com a justiça e a legalidade democrática. Espero portanto que o sr. Procurador tenha oportunidade de retificar essas infelizes declarações", atirou por fim.
Recorde-se que esta terça-feira quando confrontado com as críticas que José Sócrates tinha feito à acusação do Ministério Público, o procurador que liderou a investigação do caso Marquês, Rosário Teixeira afirmou: “O senhor engenheiro diz o que quiser sobre essas coisas. E, no fim, a gente faz contas”.
Este é o terceiro de quatro dias dia de inquirição do antigo primeiro-ministro pelo juiz Ivo Rosa e deverá incidir sobre o Grupo Lena e o fluxo de dinheiro.
José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
[Notícia atualizada às 14h]