O quarto dia de interrogatório ao engenheiro José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal, no âmbito do processo Operação Marquês, que se realizou esta quinta-feira, terminou já era noite.
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), tal como nos outros dias, o antigo governante teceu poucas palavras aos jornalistas que o aguardavam, mas aproveitou para reforçar a confiança que tem na conclusão da fase de instrução do processo.
"Correram muito bem [os quatro dias de interrogatório]. Estou muito satisfeito", garantiu, acrescentando que está "preparado para tudo".
Apesar de afirmar que não está "nada cansado", José Sócrates admitiu que "há um longo caminho para a reposição da verdade".
Esta quinta-feira era, segundo a SIC Notícias, o mais difícil dos quatro dias de interrogatório. Isto porque o antigo primeiro-ministro foi confrontado com as entregas de dinheiro por parte de Carlos Santos Silva. Ao juiz Ivo Rosa, Sócrates terá garantido, uma vez mais, que eram apenas empréstimos.
Já o magistrado disse aos jornalistas que o interrogatório vai prosseguir na segunda-feira à tarde em Lisboa.
Recorde-se que Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes económico-financeiros. O antigo líder socialista foi acusado pelo Ministério Público da alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, nove crimes de falsificação de documento e três crimes de fraude fiscal qualificada, no âmbito da Operação Marquês.