O aceso debate sobre tourada entre Sousa Tavares e Pacheco Pereira
Num debate aceso sobre touradas em Portugal, Miguel Sousa Tavares e José Pacheco Pereira esgrimiram argumentos a propósito da nova medida que integra o programa do Governo que prevê o aumento da idade mínima para acesso a touradas, que atualmente está nos 12 anos.
© Global Imagens
País Pacheco Pereira
De um lado, José Pacheco Pereira a defender o fim das touradas, do outro Miguel Sousa Tavares a comparar os espectáculos tauromáquicos a uma forma de arte. Foi sob estas posições opostas que os dois comentadores da TVI debateram, no 'Jornal das 8', no início da noite de ontem, se as touradas deviam ser abolidas em Portugal ou se a medida incluída no novo programa do Governo para aumentar a idade mínima para acesso a touradas, que está nos 12 anos, deveria avançar.
"Não acho que uma sociedade civilizada como é a nossa, se torture em público um animal. (...) A tourada é um espetáculo público em que se tortura um animal. Ponto", começou por argumentar o comentador da Circulatura do Quadrado.
Sousa Tavares ripostou afirmando que a tourada "não é uma tortura de um animal" mas sim "um espetáculo privado onde só vai quem quer e paga bilhete".
“Você [Pacheco Pereira] acha que é uma barbaridade, eu acho que é um espectáculo muitíssimo bonito. Você tem o direito de contestar, não tem é o direito de proibir o que não gosta”, apontou Miguel Sousa Tavares.
Mas o historiador não se deixou ficar e defendeu que “a tourada faz parte de uma cultura machista”, comparando as touradas a outras “tradições solidamente ancoradas na cultura”, como “bater na mulher”. “Depois chega a tourada e acha-se normal que se torture um animal”, reforçou.
"Isso é uma maneira de ver e está completamente errada. Eu gosto de touradas, não sou um aficionado, não devo ter visto mais do que seis touradas ao vivo. José Pacheco Pereira não tem a mais pequena legitimidade para presumir que, pelo facto de eu gostar de touradas, maltrato animais. Não tem legitimidade nenhuma para presumir isso. Muito menos que maltrate pessoas", apontou ainda Sousa Tavares.
Pacheco Pereira insistiu e classificou como "uma tortura e uma barbaridade" o que se passa numa arena de touros. "Vá lá um bom lisboeta, com a sua cultura urbana pregar nas praças, chamar-lhes selvagens, bárbaros", atirou o defensor das tourada já no final do acesso debate.
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