No passado dia 8 de novembro, o Comando Territorial de Beja informava que havia apreendido, dois dias antes, 104 cavalos em duas explorações pecuárias nos concelhos de Aljustrel e Ferreira do Alentejo.
Dizia a GNR que a fiscalização realizada por esta autoridade surgira na sequência de uma denúncia feita à linha SOS Ambiente e Território.
Dos 115 cavalos, 104 foram apreendidos "por falta de identificação e de condições de salubridade", sublinhava a GNR em comunicado, referindo-se também à coima a ser aplicada aos responsáveis pelas explorações.
Acontece que os animais continuaram no local e, uma semana após a fiscalização, alguns acabaram por morrer.
O cenário, filmado pelo grupo IRA - Intervenção e Resgate Animal - que esta segunda-feira se deslocou ao local, é chocante, com vários animais mortos, outros subnutridos. Imagens essas que o Notícias ao Minuto opta por não reproduzir.
A situação relatada pelo IRA refere-se a uma das explorações visadas, em Abegoaria, no concelho de Ferreira do Alentejo.
De acordo com o relato de um elemento do IRA, o proprietário da exploração alega que os animais poderão ter ingerido palha envenenada que resultaram na morte de 14 cavalos.
À TVI, o proprietário explicou não saber como é que a situação chegou àquele ponto. "Tem ido chegando assim, pouco a pouco", disse, garantindo que os animais sempre tiveram alimentação. "Farinha não, mas palha e água têm", acrescentou.
Depois de apreendidos na semana passada, os cavalos permaneceram naquela exploração, ficando o dono como fiel depositário. A situação, contudo, foi-se agravando com a morte dos animais.
Paralelamente, o IRA prevê que a maioria dos animais ainda vivos acabe também por ter o mesmo destino, dado que muitos estão tão fracos que começam, um a um, a sucumbir, aparentemente por falta de alimento.
Presente também esta segunda-feira no local, num momento em que se abria uma vala comum para depositar as carcaças dos animais mortos, esteve também a GNR que voltou a identificar o proprietário.