Referindo-se à comparticipação em 85% dos estragos causados pelo furação, em que o prejuízo total ronda os 330 milhões de euros, Vasco Cordeiro (PS) ressalvou que "não é expectável" que todo o apoio do Governo da República seja executado no próximo ano.
"Há investimentos que decorrerão ao longo do tempo, ou seja, 85% desse montante no OE2020 não é isso que vai acontecer", afirmou o presidente do executivo regional dos Açores, explicando que a verba financeira vai ser disponibilizada à medida que são lançados os procedimentos de reconstrução e executadas as empreitas.
Vasco Cordeiro falava aos jornalistas após uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, com o objetivo de preparar o OE2020, que decorreu no Palácio de São Bento, em Lisboa.
"Obviamente que uma das questões que no OE2020 se coloca, com particular evidência, tem a ver com a expressão financeira e com aquilo que são os danos e o custo desses danos da passagem do furação 'Lorenzo' pela Região Autónoma dos Açores", reforçou o presidente do executivo regional.
Recebi em São Bento o Presidente do Governo Regional dos #Açores. Reiterei o compromisso do @govpt para com os Açorianos em assumir 85% do valor calculado para cobrir os danos provocados pelo Furacão Lorenzo. Parte desse valor já será refletido no Orçamento do Estado para 2020. pic.twitter.com/ziCFZiMMR7
— António Costa (@antoniocostapm) 20 de novembro de 2019
Além da "solidariedade nacional" em resposta ao furação, o líder do Governo dos Açores referiu que há um conjunto de projetos e de investimentos do Estado na região autónoma que constam no OE2020, nomeadamente o Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, a Rede de Radares Meteorológicos e o Observatório do Atlântico.
"Estão em fases diferentes de concretização, mas estão a decorrer normalmente", indicou Vasco Cordeiro, acrescentando que estes investimentos já constaram como objetivos e questões concretas no Orçamento do Estado em anos anteriores.
Outra das questões abordadas foi a comparticipação do Estado no financiamento das obrigações de serviço público do transporte aéreo inter-ilhas, que estão concretizadas no OE2019 e "estarão no próximo ano".
Em relação ao subsídio social de mobilidade, o presidente do Governo dos Açores defendeu que "é clara e objetiva a necessidade de intervir", pelo que há um grupo de trabalho a estudar a questão, para encontrar uma resposta que, "salvaguardando a componente dos custos desse modelo, possa também não beliscar aquilo que é a mobilidade e acessibilidade aéreas às regiões".
Classificando como "produtiva" e "útil" a reunião com o Governo da República, "que vem na senda daquilo que é um relacionamento estável e produtivo", Vasco Cordeiro salientou a importância que um encontro deste tipo tem para as regiões autónomas, no caso concreto para os Açores, permitindo de forma "mais direta e mais próxima" um contacto e uma articulação na elaboração do Orçamento do Estado.