Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves critica medidas do Governo
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) criticou hoje as medidas do Governo português em relação ao estado do ambiente e diz haver falta de apoio por parte do Ministério da Agricultura.
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País Aves
No seguimento das conclusões de um relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) hoje divulgado, que revela uma degradação do ambiente, a SPEA criticou a opção de Portugal em investir na agricultura intensiva, do regadio e do plástico, e posto de lado a necessidade de investir no desenvolvimento rural e na agricultura sustentável.
"Portugal deve deixar de promover o regadio e a agricultura intensiva, abster-se de autorizar projetos imobiliários e turísticos na lilha de costa, acabar com a sobre-exploração dos recursos pesqueiros e proteger as reservas e parques naturais do impacto causado por aeroportos minas e outros projetos destrutivos", disse em comunicado o diretor executivo da SPEA, Domingos Leitão.
A sociedade afirma que os agricultores estão impedidos de fazer uma gestão favorável à biodiversidade pela falta de apoios do Ministério da Agricultura.
Para a SPEA, a resposta dos governos é crucial para responder à dimensão da crise, e a mensagem do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, durante a cimeira do clima que decorre em Madrid (COP25), relativamente à necessidade de os políticos terem o dever de ouvir os cientistas e agir para salvar o planeta, deve ser dirigida para o seu executivo e ministros.
"Se o Governo de Portugal ouvir os cientistas e cumprir a lei em matéria de ambiente, o nosso futuro será bem melhor", afirmou o diretor executivo.
Segundo a SPEA, ao longo dos últimos 25 anos, as aves de habitats agrícolas têm sofrido declínios significativos, em especial devido à má aplicação das políticas agrícolas pelos estados membros.
"O relatório da Agência Europeia do Ambiente é mais uma prova gigantesca para juntar aos inúmeros estudos científicos que dão provas da crise que criámos a nível planetário. A natureza está a ser apagada da face da Terra, com consequências nefastas para a própria humanidade e ninguém pode dizer que não sabíamos", acrescentou Domingos Leitão.
O relatório alerta que a União Europeia deixou agravar o estado do ambiente desde 2015 e nem vai cumprir a grande maioria das metas para 2020.
O documento diz que as tendências globais da Europa não melhoraram desde o último relatório da AEA sobre o Estado do Ambiente, em 2015, e que a perda de biodiversidade acontece a um "ritmo alarmante". Segundo o relatório em especial no que se refere à biodiversidade a maior parte das metas para 2020 não é alcançada.
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