O inquérito da AOFA, a 1.105 oficiais, no ativo, na reserva e reforma, foi feito entre 21 de outubro e 30 de novembro e o seu resultado vai servir de base a um caderno reivindicativo da associação a entregar ao Presidente da República, Governo, parlamento e partidos políticos.
Mais de metade dos inquiridos (52,9%) concorda "em absoluto" com a criação de um sindicato militar (23,6%) ou que pelo menos sejam "iniciados passos nesse sentido" (29,3%) e há sete por cento que não se pronunciou.
Ainda assim, o tema divide os oficiais das Forças Armadas, dado que 40,1% é contrário à ideia do sindicato -- 19,9% discordam frontalmente e 22,2% discorda, por princípio, apesar de a considerar inevitável.
E é entre os oficiais no ativo (29,4%) que se encontra o maior número de opiniões favoráveis "em absoluto" ao sindicalismo militar, registando-se entre os oficiais abatidos ao quadro permanente a maior oposição frontal a esta ideia.
No inquérito, a AOFA recorda que vários países europeus, alguns pertencentes à NATO, já reconheceram o direito aos sindicatos militares.
Já quanto ao direito à greve, os oficiais das Forças Armadas voltam a dar sinais de divisão, mas há uma maioria, de 70,7%, que discorda que esse poder seja dado a um sindicato.
De acordo com os resultados, 48,7% discorda "frontalmente" do direito à greve "seja em que circunstância for" e 22% discorda "genericamente", embora o aceite "sob determinadas condições", que não são explicadas.
Do outro lado, 23,3% dos inquiridos concordaram "genericamente", mas "sob determinadas circunstâncias", não explicadas (17,6%) e 5,7% concordaram "em absoluto" com o direito à greve.