Marrocos expulsou ativista portuguesa do Sahara Ocidental
À chegada ao território do Sahara Ocidental, na terça-feira, disseram-lhe que era "persona non grata", tiraram-lhe o telemóvel e o computador e expulsaram-na. Ativista chegou esta quinta-feira a Portugal.
© Reprodução/Facebook
País Marrocos
Isabel Lourenço, a ativista portuguesa que foi expulsa na terça-feira pelas autoridades marroquinas dos territórios do Sahara Ocidental, chegou esta quinta-feira a solo português.
O episódio da expulsão aconteceu quando Isabel viajara até El Aiune, no Sahra Ocidental ocupado por Marrocos, para se reunir com familiares de presos políticos condenados pelos tribunais marroquinos.
Embora tivesse passaporte válido, voo de regresso e hotel reservado, autoridades marroquinas quiseram impedi-la de desembarcar no aeroporto.
Conforme relata o Tornado, retiraram-lhe o telemóvel e o computador e apagaram e reconfiguraram o conteúdo. Esteve incontactável durante horas. “Disseram-me que eu era persona non grata, que não podia falar com as pessoas sem autorização e acusaram-me de estar a atacar a soberania”, contou, sublinhando: “A gota de água foi quando me disseram que as pessoas com quem eu queria falar não eram humanos”.
Isabel Lourenço foi então obrigada a entrar num táxi coletivo em El Aaiun com destino, segundo a informaram, a Agadir, que fica a mais de dez horas de distância. Pararam em Inezgane, “uma cidade conhecida por ter um mau ambiente”, às quatro da manhã, e disseram-lhe para sair do táxi. “Consegui arranjar um outro táxi para Agadir”, onde aguardou num hotel sem acesso ao telemóvel português.
Naquele território do Sahara de onde foi expusa, a atavista tinha como objetivo reunir com a família do preso Mansour El Moussaui, de 19 anos, e da sua prima Mahfouda Lefkir, de 34 anos, que foi condenada a 6 meses de prisão e a uma multa por ter gritado no final do julgamento de Mansour, dentro da sala do tribunal, contra a ocupação de Marrocos e contra a injustiça do julgamento. Ia também falar com as famílias dos presos políticos do Grupo Gdeim Izik.
Isabel voltou finamente a Portugal esta quinta-feira num voo de Casablanca. De acordo com a publicação Tornado, onde a ativista colabora, Isabel manteve o contacto com a embaixada portuguesa e com a emergência consular. Além disso, antes da viagem, avisou a embaixada e vários organismos das Nações Unidas.
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