"Neste momento, as fossas pluviais já não estão a dar vazão e a baixa está inundada. O rio está com cotas muito altas e já não temos capacidade de encaixe, porque a barragem de Ribeiradio está a libertar mil metros cúbicos por segundo", disse à Lusa o presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida.
O autarca diz que a subida súbita da água tem a ver com as descargas "brutais" que a Barragam de Ribeiradio está a fazer.
"A Estrada Nacional EN16, entre Carvoeiro e Pessegueiro do Vouga, está encerrada e não há memória que isso tenha acontecido. O caudal do Rio Vouga, neste momento, é qualquer coisa de extraordinário", disse.
Pelas 23h20, Jorge Almeida dava conta da existência de algumas ruas da baixa da cidade inundadas e várias casas com cerca de "30 ou 40 centímetros de água à beira da porta", mas admitia que essa altura iria aumentar.
"A situação não vai ser fácil. Isto ainda não acabou. Não faço ideia do que é que vai acontecer a seguir. Neste momento, tenho as fossas pluviais a drenarem para dentro da rua e sem capacidade de escoamento", observou Jorge Almeida.
O autarca, que tem a seu cargo o pelouro da Proteção Civil, deu ainda conta da existência de muitos pedidos de auxílio por inundações de caves, além de derrocadas de taludes e quedas de árvores.
"Estamos a acorrer a tudo e esperamos dar conta do recado", disse, adiantando que têm muitos meios no terreno, nomeadamente Bombeiros, GNR e Serviço Municipal de Proteção Civil.
Esta tarde, a autarquia já tinha alertado a população para a eventualidade de ocorrerem cheias na baixa da cidade, avisando as pessoas para "tomarem os devidos cuidados no sentido de acautelarem os seus bens".
Nessa altura, o rio já tinha atingido a cota de cheia, galgando as margens e inundando os campos agrícolas, mas a baixa da cidade ainda não tinha sido atingida, devido às obras que o município tem vindo a fazer para fazer face às cheias cíclicas na cidade.
"Até agora, diria que as coisas estão a acontecer dentro de alguma normalidade e até estamos a perceber que algumas das melhorias que temos vindo a fazer estão a funcionar, porque com os caudais que temos lá para cima, em situações normais, se não fossem as obras que foram realizadas, já tínhamos uma situação de cheia na cidade neste momento", referiu, então, Jorge Almeida.