Face às previsões do estado do tempo, o socialista Nuno Vaz acredita que os "impactos negativos" da depressão Elsa possam ser ainda "mais relevantes" no concelho, no distrito de Vila Real.
Na Veiga de Chaves, que ocupa uma área de 2.500 hectares e que tem cerca de 8,5 quilómetros de comprimento e três de largura, existem "dezenas de casas" afetadas, quer no que diz respeito ao acesso e a danos causados sobretudo no rés-do-chão, disse aos jornalistas.
Durante a madrugada, o autarca estima que a queda intensa de chuva possa afetar alguns estabelecimentos comerciais ribeirinhos e o balneário termal, assim como espaços desportivos.
A buvete das termas, de onde jorra água a 76 graus centígrados e que é de acesso livre, está já fechada.
Também o trânsito está condicionado na envolvente do rio por motivos de segurança, referiu.
"Agora temos de monitorizar a evolução da situação", afirmou Nuno Vaz.
O presidente lembrou que a informação sobre a ocorrência destes constrangimentos existiu previamente e que a Proteção Civil teve uma ação proativa no contacto com os proprietários das lojas em zona de risco de cheia.
Por seu lado, o comandante da Proteção Civil municipal, Sílvio Sevivas, sublinhou que durante a noite vão estar meios no terreno para fazer face a "qualquer eventualidade".
Lembrando que esta zona é afetada com alguma recorrência em situações semelhantes, Sílvio Sevivas realçou que as pessoas já sabem que medidas de autoproteção devem adotar, nomeadamente no que diz respeito aos estabelecimentos.
É o caso do proprietário da Residencial São Neutel, que já tirou as coisas de casa, dado viver num rés-do-chão.
Habituado com a subida das águas do Tâmega, Eduíno Areias, de 86 anos, diz-se, contudo, preocupado com a possibilidade de inundação quer da sua habitação, quer do parque de estacionamento da sua residencial.
"Já não acontece há algum tempo, mas a chuva faz falta", disse.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.
A Proteção Civil alertou também para a possibilidade de "inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", e "inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis".
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) estendeu o aviso vermelho emitido para os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra e Aveiro até às 03:00 de hoje devido à previsão de rajadas de vento fortes.
Segundo o IPMA, as rajadas de vento podem mesmo atingir os 140 quilómetros/hora nas terras altas.
O aviso vermelho emitido para os distritos de Aveiro, Braga, Porto, Vila Real e Braga devido à chuva forte e persistente caiu às 21:00 de quinta-feira.
Sob aviso laranja para precipitação, vento ou agitação marítima, que vigoram em diferentes períodos até sábado, vão estar os distritos de Bragança, Viseu, Évora, Porto, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre e Braga.
De acordo com o IPMA, a intensidade do vento vai diminuir durante a madrugada de hoje, mas a chuva vai persistir, devido aos efeitos da depressão Elsa.