Em comunicado enviado à Lusa, a fundação refere que o projeto "Somos Moçambique II" será realizado num dos maiores bairros da Beira, a Manga, onde vivem 40 mil pessoas, e prevê "o diagnóstico e levantamento de espaços pré-escolares existentes, a formação e capacitação de profissionais de educação pré-escolar e a realização de oficinas parentais".
Segundo a fundação, esta região "apresenta valores inferiores à média moçambicana na aprendizagem, com níveis de literacia de 10%".
Citada no comunicado, a diretora do programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento, Maria Hermínia Cabral, destacou a importância de apoiar o pré-escolar, uma área que "num contexto de vulnerabilidade e catástrofe, raramente merece a atenção imediata dos doadores", justificando que "as crianças desta faixa etária são as mais fragilizadas e as repercussões das devastações são provavelmente maiores no futuro".
"Com este projeto, a Fundação quer proporcionar melhores condições do que aquelas que as pessoas tinham antes do ciclone" e "ajudar a preparar melhor os educadores e motivar as famílias, em particular as mães, para a importância das atividades de educação pré-escolar", acrescentou a responsável.
O projeto terá a duração de dois anos e será desenvolvido por pelas Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) Fundação Fé e Cooperação (FEC), Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) e Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano (VIDA) com os parceiros locais da Arquidiocese da Beira e Direção Distrital de Educação.
A Fundação Calouste Gulbenkian já havia doado 100 mil euros para as primeiras ações de ajuda humanitária às vítimas do ciclone Idai, que provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas no centro do país, em março de 2019.