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Análises a casos suspeitos demoram, em média, "cinco horas na fase atual"

As análises a casos suspeitos de infeção com o novo coronavírus que surjam em Portugal levam uma média de cinco horas a obter resultados na situação atual, segundo Raquel Guiomar, responsável do Instituto Nacional de Saúde -- INSA.

Análises a casos suspeitos demoram, em média, "cinco horas na fase atual"
Notícias ao Minuto

14:42 - 31/01/20 por Lusa

País Corona

A coordenadora do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios adianta que o INSA aproveitou todo o circuito que já tinha montado para outros casos de doenças respiratórias, como o coronavírus do Médio Oriente ou até a pandemia de gripe H1N1 em 2009.

"O circuito e o 'know-how' estavam montados. Tivemos que adaptar o teste para este novo agente [o novo coronavírus detetado na China]", explicou Raquel Guiomar.

Em declarações à agência Lusa, a especialista do INSA explicou que o processo para detetar o novo coronavírus num caso suspeito demora em média cinco horas até à análise de resultados, sendo este um tempo médio para a fase atual.

"Este contexto de uma resposta rápida é para a situação epidemiológica atual, que se vive agora", sublinhou, referindo que se trata ainda de uma fase de contenção da doença e em que não há muitas amostras para testar.

Segundo Raquel Guiomar, a capacidade de resposta e deteção rápidas é "mais crucial" precisamente nesta fase, em que se pretende evitar a cadeia de transmissão ou quebrá-la de forma célere se for esse o caso.

Na situação em que seja detetado um caso suspeito para investigação em Portugal (até agora só um, que se revelou negativo), o doente deve ser transportado pelo INEM para um dos hospitais de referência. Em Lisboa é o Curry Cabral para os adultos e o Dona Estefânia para crianças, enquanto no Porto é o São João para todas as situações.

Em condições de isolamento, o doente com caso suspeito é submetido a uma colheita de amostras respiratórias por parte da equipa de profissionais especializada do hospital.

Raquel Guiomar garantiu ainda que os profissionais do INSA estão em estreito contacto com os profissionais hospitalares que procedem à colheita para esclarecer eventuais dúvidas sobre o procedimento em tempo real.

É recomendado que sejam enviadas duas amostras em simultâneo para o INSA, que chegam em acondicionamento próprio e refrigerado, transportadas pelos serviços hospitalares ou por empresas certificadas.

No INSA, as amostras são recebidas no laboratório por um profissional experiente, através de um procedimento já conhecido e que estava implementado para outros coronavírus, mantendo-se agora para o novo 2019-nCoV detetado na China.

A amostra é recebida e preparada, sendo o vírus inativado através de reagentes que mantêm o material genético estável, mas que fazem com que o vírus deixe de ser infeccioso.

Segundo Raquel Guiomar, o professo é feito em câmaras de segurança biológicas usadas também para o tratamento de outro tipo de amostras.

Atualmente, o INSA tem laboratórios de segurança de nível 3, com pressão negativa, que garantem a contenção física dos agentes dentro do laboratório, sem risco de propagação acidental para o exterior.

Apesar de não ser um requisito obrigatório, nesta fase o INSA está e irá usar os laboratórios de nível 3 para deteção e despiste do novo coronavírus.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

O anterior balanço registava 170 mortos na China e 7.736 pessoas infetadas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

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