"Se o racismo não pode ter lugar na sociedade, no desporto é inaceitável"
O secretário de Estado da Juventude e Desporto defende que um discurso que "incentiva o ódio é absolutamente inaceitável" e reforça a condenação aos insultos racistas de que foi alvo o avançado do FC Porto, Marega.
© Global Imagens
País João Paulo Rebelo
O secretário de Estado da Juventude e Desporto classificou, no domingo, como "inaceitável e intolerável" o incidente com o futebolista maliano do FC Porto Marega, que foi alvo de insultos. Já esta segunda-feira, João Paulo Rebelo voltou a condenar "estes atos racistas, criminosos, ignóbeis. Não podemos desculpabilizar".
"Se o racismo não pode ter lugar na sociedade, no desporto é inaceitável porque contraria os valores supremos", continuou o governante, frisando que o desporto apela "a uma forma de estar muito mais tolerante, inclusiva, de apelo ao fair play".
Em entrevista à RTP3, João Paulo Rebelo acrescentou que compreende que as pessoas, "para lá de proclamações, queiram atos concretos". Com efeito, o secretário de Estado recordou que Portugal dispõem de "um regime jurídico que aborda estas questões do racismo, da intolerância, da xenofobia, da violência no desporto. Legislação, aliás, que foi recentemente alterada e que permite que um organismo público se dedique a tratar estas matérias".
Falamos da Autoridade para Prevenção e o Combate à Violência no Desporto que, no entendimento do governante, tem conseguido "introduzir muito mais celeridade, mais eficiência e eficácia a tratar este tipo de casos". Anteriormente esta competência ficava sob a alçada do Instituto Português do Desporto e da Juventude. Hoje, reforçou João Paulo Rebelo, há "12 juristas em exclusivo dedicados a esta matéria" e cerca de 100 adeptos proibidos de entrar em recintos desportivos.
Quanto à atitude de Marega, "é muito digna" e surgiu no "no sentido de dizer basta, saio de campo. Se não fosse essa atitude, não estaríamos aqui a falar".
Em relação ao futuro, reconheceu o secretário de Estado que "o Governo tem muito para fazer", nomeadamente "garantir um conjunto de leis e o seu cumprimento". Papel igualmente importante diz respeito a quem "tutela a modalidade do futebol" e a "comunicação [social]".
De acordo com João Paulo Rebelo às vezes é veiculado, em antena, um discurso que "incentiva o ódio e que é absolutamente inaceitável. Enquanto adeptos devemos comportar-nos como fazendo parte de um espetáculo".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com