Ministros da diplomacia portuguesa e venezuelana reuniram-se na Suíça

O ministro dos Negócios Estrangeiros português e o seu homólogo venezuelano, reuniram-se segunda-feira em Genebra, Suíça, uma semana após o regime de Nicolás Maduro suspender as operações da TAP, anunciou hoje o Governo da Venezuela.

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Lusa
25/02/2020 06:58 ‧ 25/02/2020 por Lusa

Política

Venezuela

A informação foi publicada na rede social Twitter pelo próprio ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, mas sem avançar pormenores sobre o encontro com Augusto Santos Silva.

A reunião acontece uma semana após o governo de Nicolás Maduro suspender por 90 dias as operações da companhia aérea portuguesa TAP na sequência de acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa, no qual viajou Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino daquele país sul-americano.

Segundo o canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV), os dois ministros "falaram sobre temas de interesse para ambas as nações".

"Na reunião, ambos diplomatas reiteraram a disposição de continuar a trabalhar para consolidar as relações bilaterais", indicou a VTV, acrescentando que o encontro teve lugar à margem da 43.ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidades, que decorre em Genebra, na Suíça.

A 17 de fevereiro, o governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, suspendeu por 90 dias as operações da companhia aérea portuguesa TAP "por razões de segurança", após acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa, no qual viajou Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país.

"Devido às graves irregularidades cometidas no voo TP173, e em conformidade com os regulamentos nacionais da aviação civil, as operações da companhia aérea TAP ficam suspensas por 90 dias", disse o ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, na sua conta no Twitter.

Na passada semana, o Governo venezuelano acusou a TAP de ter violado "padrões internacionais", por alegadamente ter permitido o transporte de explosivos e por ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, num voo para Caracas.

Segundo o governo venezuelano, Juan Marquez, tio de Guaidó que acompanhava o sobrinho nesse voo, transportou "lanternas de bolso táticas" que escondiam "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria".

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, considerou, na terça-feira, que a decisão das autoridades de Caracas era "inamistosa" e "injustificada".

No mesmo dia, o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou a suspensão por 90 dias dos voos da TAP para a Venezuela, considerando-a injusta, inaceitável e incompreensível.

A companhia aérea portuguesa TAP reagiu à sanção imposta pelo executivo de Maduro, referindo que "não compreende" a suspensão de voos que lhe foi aplicada, garantindo que esta é uma "medida gravosa", que prejudica os passageiros.

Entretanto, um relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) iliba a companhia aérea TAP e o aeroporto de Lisboa de terem violado as regras de segurança no caso de um voo para a Venezuela, segundo o Ministério da Administração Interna.

Segundo Eduardo Cabrita, os resultados de uma investigação ordenada por Portugal "são muito claros ao indicar que, no aeroporto de Lisboa, na atuação quer das autoridades aeroportuárias, quer da companhia aérea TAP, não houve nenhuma violação de regras de segurança", disse à RTP.

 

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