CDS "dará o seu acordo" a declaração do estado de emergência

 O CDS-PP mostrou-se hoje favorável à declaração do estado de emergência, indicado que "obviamente dará o seu acordo" se esta vier a sua proposta, e indicou que não colocará limitações.

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Lusa
16/03/2020 15:23 ‧ 16/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

"O CDS obviamente dará o seu acordo ao estado de emergência se ele vier a ser proposto, não é isso que está em causa", salientou o líder parlamentar.

Em declarações à agência Lusa, Telmo Correia defendeu que, "independentemente de vir a ser decretado, ou não, o estado de emergência, há medidas em que não se pode repetir" o que aconteceu até aqui, "que é o andar permanentemente atrás do prejuízo" e "ser reativos em vez de proativos".

O CDS considera como "essencial" neste momento, "determinar a quarentena nas zonas de maior contágio e nas zonas de maior risco", fazer "o controlo das fronteiras, a suspensão de voos de todas as zonas que neste momento são zonas endémicas".

Na ótica do deputado, as medidas implementadas "têm estado a ser tomadas sempre com algum atraso".

"A quarentena parece-me absolutamente indispensável e necessária, o estado de emergência será um conjunto de decisões e de competências que visam essencialmente tornar possível essas medidas de isolamento", ou seja, "o estado de emergência em si é uma forma de viabilizar essas medidas", explicou.

Telmo Correia ressalvou, no entanto, que "a avaliação se ele é necessário ou não tem de ser feita pelas autoridades competentes", mas adiantou que o CDS não se irá opor às restrições que forem decretadas.

"Nós neste momento não pomos limitações, nós o que dizemos sempre é as medidas que têm de ser tomadas devem ser tomadas. Se for necessário ter quarentena generalizada, o CDS é favorável, se for necessário ter controlo absoluto de fronteiras, o CDS é favorável", notou.

O líder do grupo parlamentar do CDS apontou igualmente que "o único erro" é que "em alguns casos se perdeu tempo".

Para os centristas, "a antecipação, a capacidade de tomar medidas enérgicas é fundamental nesta matéria". Por isso, o partido diz-se disposto a "contribuir para a unidade nacional", mas exige "determinação" por parte do Estado na tomada de decisões difíceis.

"O CDS dará o seu apoio às decisões que venham a ser imperativas e necessárias, esperando que da parte do Governo haja uma voz de comando, haja liderança e haja uma atitude firme", advogou.

Telmo Correia aproveitou também para propor que as freguesias de todo o país levem a cabo um "levantamento de todas as pessoas idosas que possam precisar de apoio", por forma a prestar-lhes o apoio que possam necessitar.

Referindo ainda a reunião da conferência de líderes parlamentares marcada para hoje, Telmo Correia considerou que "é lamentável que a Assembleia da República tenha sido sempre o exemplo contrário", quando "teve mais do que tempo para tomar medidas".

"Com certeza que isto será vencido, qualquer pandemia é vencida, qualquer pandemia não é eterna, o ponto é quantas pessoas nós teremos conseguido proteger e salvar quando a pandemia for vencida", observou ainda.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.500 morreram. Em Portugal, 331 pessoas foram infetadas até hoje, mas sem registo de mortes, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.

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