Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto adianta hoje que esta resposta "espontânea" surgiu de um trabalho coordenado com os vários hoteleiros e proprietários de Alojamento Local (AL) da cidade.
"Muitos profissionais do setor da saúde não querem arriscar o contágio de ou às suas famílias e preferem não regressar a casa após um dia de trabalho. Esta é também uma forma de encurtar as deslocações e tempos de pausa", salienta a autarquia.
De acordo com a Câmara do Porto, estão já à disposição dos profissionais de saúde "mais de 180 quartos" e "muitos mais poderão ser usados".
A autarquia avança ainda que não têm sido apenas os empresários do setor do turismo a "mostrarem disponibilidade" e um "elevado sentido cívico", mas também as grandes empresas da cidade que tem feito chegar ao município "disponibilidade financeira e logística para ajudar a combater a doença, numa demonstração de solidariedade sem precedentes".
"O município do Porto faz a coordenação e articula a disponibilidade com as administrações hospitalares, com que tem estado a trabalhar de perto e permanentemente em áreas como o fornecimento de material de proteção pessoal e na importação da China de instrumentos médicos, como ventiladores", lembra a autarquia.
Em Portugal, 331 pessoas foram infetadas até hoje, mas sem registo de mortes, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim da DGS assinala 2.908 casos suspeitos até hoje, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 18 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais quatro do que no domingo.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.