"Os inspetores desta polícia estão disponíveis para cumprir a sua missão. No entanto, os inspetores apenas o poderão fazer com condições de segurança. Não estarem equipados com dispositivos de proteção individual e não disponibilizar material de desinfeção, é colocar em perigo e em causa todo o dispositivo de controlo das fronteiras internas e externas", refere aquele sindicato em comunicado.
O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF), Acácio Pereira, disse à Lusa que existe muito pouco equipamento de proteção individual para fazer face à Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, sendo esta falta "um problema generalizado".
"Estamos no limite e há sítios onde não há", precisou Acácio Pereira, frisando que o controlo de fronteiras terrestres com Espanha hoje anunciado vai exigir uma maior mobilização de inspetores que necessitam destes equipamentos, compostos por luvas, máscaras e gel desinfetante.
O sindicato manifestou à direção nacional do SEF e ao Ministério da Administração Interna "estupefação e preocupação pelo facto de estes não terem ainda tomado qualquer medida para protegerem os profissionais que para si trabalham, ao não disponibilizar equipamento de proteção individual".
O sindicato que representa os inspetores do SEF exige também à direção nacional do SEF e ao Ministério da Administração Interna que forneçam esses equipamentos e produtos o mais depressa possível, avisando que se tal não acontecer se corre o risco "de se perderem as condições mínimas indispensáveis para que os inspetores do SEF possam cumprir as suas missões".
O Governo anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.
No comunicado, os inspetores do SEF exigiam também a suspensão imediata de todos os postos de atendimento presencial para imigrantes, mas entretanto foi anunciado que os serviços públicos vão passar a atender só por via eletrónica ou pré-marcação.
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou hoje que Portugal registou a primeira morte de uma pessoa infetada com o novo coronavírus.
Trata-se de um homem de 80 anos, que tinha "várias patologias associadas" e estava internado há vários dias, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.
Em Portugal, 331 pessoas foram infetadas até hoje com o vírus da pandemia Covid-19, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde.