Em comunicado na sua página oficial na Internet, o município explica que a ideia surgiu depois de um empresário de Campanhã, que contactou o gabinete do presidente da Câmara do Porto, disponibilizar-se para "ajudar a cidade".
Contactado pelo gabinete da presidência, acrescenta a autarquia, acabou a conversa por conduzir à ideia de produzir material de proteção.
"A Câmara do Porto e uma empresa local desenvolveram nos últimos dias um projeto para iniciarem imediatamente a produção de máscaras de proteção pessoal, do tipo cirúrgico, suficientes para os funcionários municipais que contactem com público e que poderão também vir a ser distribuídas pela autarquia à rede social, corporações de bombeiros voluntários e às empresas de transporte, como STCP", lê-se na nota publicada hoje.
Em 24 horas, adianta a câmara, o empresário conseguiu obter a matéria-prima adequada, disponibilizando-se a parar a sua produção destinada sobretudo à indústria hoteleira, reconvertendo a unidade produtiva, com cerca de 20 funcionários, numa linha de produção de máscaras.
Nesta altura não está ainda apurada a quantidade de máscaras que aquela unidade vai conseguir produzir, contudo, calcula-se que seja "o suficiente para alimentar as necessidades básicas dos operacionais do município e ainda ceder equipamentos a outras instituições, assegurando a Câmara do Porto os custos inerentes à operação".
Em estudo está também a possibilidade da produção na mesma unidade de equipamentos de proteção individual para os hospitais, caso estes venham a escassear e a entrar em rutura.
"Desta forma, a Câmara do Porto evita pagar preços especulativos (que já se praticam no mercado em materiais importados) e espera poder ajudar a proteger também os muitos voluntários que em instituições de solidariedade ou bombeiros voluntários estão nesta altura a ficar expostos à doença. É também uma forma de manter uma unidade fabril da área do Porto em funcionamento e a economia a funcionar, substituindo importação por produção nacional", salienta em comunicado.
Acresce que a proximidade da fábrica do empresário de Campanhã ao local onde os materiais serão consumidos encurta os tempos e custos de transporte, bem como permitirá entregas diárias que possam satisfazer as necessidades municipais, a custos mais reduzidos do que encontraria no "mercado inflacionado".
O número de infetados pelo novo coronavírus subiu para 448, mais 117 do que os contabilizados na segunda-feira, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado hoje às 12:00, há 4.030 casos suspeitos (mais 1.122), dos quais 323 (eram 374) aguardam resultado laboratorial.
Segundo a DGS, há três casos recuperados.