Um artigo de opinião publicado na France Inter, esta segunda-feira, deixou vários elogios às medidas de combate à propagação da Covid-19 implementadas em Portugal e faz uma análise na qual tenta explicar a razão pela qual o país não está a sofrer tanto com a pandemia como os seus vizinhos, designadamente Espanha e Itália.
Mas, o primeiro elogio vai para os portugueses. Referindo que "enquanto Espanha está severamente confinada e o Governo espanhol acaba de decretar a cessação de toda atividade económica não essencial", os portugueses "estão confinados, os espaços públicos estão fechados, mas não há sanções, nem é obrigatório um certificado de deslocação".
"Os portugueses são tão disciplinados que a repressão é inútil", aponta o artigo, citando palavras de António Costa.
Sublinhando que Portugal conta 11 vezes menos vítimas mortais do que Espanha, o analista Anthony Bellanger argumenta que a baixa taxa de mortalidade verificada no país se deve a uma eficaz decisão de "encerrar fronteiras antecipadamente", a um baixo registo de "casos importados" e à localização geográfica do país que permitiu a "Lisboa ver o futuro". "Ou seja, a epidemia - e sua fase crescente - começou mais tarde do que na Espanha, França ou Itália", acrescenta.
"Portugal isolou-se ao mesmo tempo que nós [França], em 13 de março, enquanto vários casos em seu território ainda podiam ser contados nos dedos das duas mãos", refere também elogiando novamente a "autodisciplina" dos portugueses. "Os portugueses estão, portanto, à frente", concluiu.
Por fim, o artigo denota ainda que Portugal está a ter mais sucesso em travar este surto do que outros país devido à sua "generosidade".
"Lisboa decidiu regularizar todos os migrantes que apresentaram uma autorização de residência e renovar automaticamente as autorizações de residência que expiram. E Portugal demonstra generosidade também medida de saúde pública: O governo dá acesso a toda a população residente em Portugal ao Sistema Nacional de Saúde. Todos protegem todos da Covid-19", sustenta Anthony Bellanger.