Salvador Malheiro considera que estes são "resultados animadores", pois demonstram a eficácia do cerco sanitário em vigor desde 18 de março no concelho do distrito de Aveiro, que determinou o controlo de entradas e saídas no território e o encerramento de toda a atividade empresarial que não abranja bens de primeira necessidade.
"Apesar deste aumento dos infetados e óbitos, há que ter noção de que a nossa taxa de crescimento é claramente inferior à que se verifica em termos nacionais: se nós estivéssemos a evoluir ao ritmo de Portugal, hoje não teríamos 277 infetados e estaríamos, sim, com um valor na ordem dos 1.700", explica o social-democrata.
Pela mesma ordem de ideias, os óbitos provocados em Ovar pelo novo coronavírus também não seriam apenas 13 e situar-se-iam antes "na ordem dos 100".
Salvador Malheiro atribui a diferença no ritmo de disseminação da doença não apenas às medidas de contenção de contágio implementadas no âmbito do cerco profilático local, mas também ao esforço que toda a população "está a fazer por se manter em casa", em isolamento voluntário.
Para que a situação se mantenha controlada, o autarca propõe-se continuar a apostar nos exames para rastreio do novo coronavírus, procedimento que, pelas suas contas, já envolveu "mais de 850 testes" realizados por iniciativa da câmara.
Quanto ao hospital de campanha instalado na Arena Dolce Vita, o autarca declarou que o espaço tem as suas questões logísticas "quase resolvidas" e no recinto só falta agora "o corpo médico e de enfermeiros", que espera ver disponibilizado pelo Governo "nas próximas horas".
A recomendação geral continua, no entanto, inalterada: é a de que os habitantes do concelho devem "manter-se em casa e tentar reduzir completamente o contacto social, para, de uma vez por todas, Ovar poder sair desta crise, dar um exemplo ao país e começar a reerguer a sua economia", referiu Salvador Malheiro.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de quinta-feira.