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"Não tenho muitas dúvidas de que o estado de calamidade será levantado"

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, deixou ainda um apelo à população da localidade para continuar a cumprir "escrupulosamente as regras" decididas devido ao novo coronavírus.

"Não tenho muitas dúvidas de que o estado de calamidade será levantado"
Notícias ao Minuto

09:29 - 16/04/20 por Mafalda Tello Silva

País Covid-19

Após ter participado, ontem, em mais uma sessão de apresentação da 'Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal', Salvador Malheiro anunciou que não tem "muitas dúvidas de que o estado de calamidade em Ovar será levantado, passando ao estado de emergência nacional que vigora e vigorará, no resto do país".

Através de uma publicação divulgada nas redes sociais, nas quais tem habitualmente divulgado informações sobre a incidência da pandemia da localidade, o autarca sublinhou que "por consequência" deverá retirar-se "a cerca sanitária a partir do dia 17 de abril" como estava previsto. 

"Será bom, para a nossa economia local, e sobretudo para a saúde mental, de todos os nossos munícipes", sublinhou.

Para o social-democrata, a decisão de levantar a cerca resulta ainda de vários fatores, como por exemplo, de um "otimismo prudente, reinante nos nossos governantes, e na classe científica relativamente ao panorama nacional", da cerca sanitária "ter resultado", "aos bons resultados, obtidos em matéria de saúde pública em Ovar, nas últimas semanas" ou também ao seu "contributo" (opinião pessoal), entre outros elementos. 

Ressaltando a mensagem já reiterada por muitos outros políticos, incluindo o primeiro-ministro, de que "até surgir uma vacina" o vírus continuará a representar uma ameaça à vida dos portugueses, Salvador Malheiro ainda faz uma análise sobre o período do estado de calamidade em Ovar e sobre a atuação levada a cabo pela Câmara

"E os números, atestam a pertinência e a importância da cerca sanitária.Temos uma taxa, de crescimento de infectados e de óbitos, de longe inferior ao resto do país. Basta perceber como estaríamos, se tivéssemos taxas de crescimento idênticas às nacionais: teríamos, no mínimo, dez vezes mais infectados e óbitos. Teria sido uma catástrofe", fez sobressair.

Por fim, o presidente da Câmara de Ovar reforçou que a autarquia deve continuar a ser 'eficaz a salvar vidas', a ser eficiente "no relançamento da Economia" e que todos devem evitar "reacendimentos".

"Temos de tudo fazer para que o esforço do povo vareiro e dos seus empresários, não seja levado por 'água a baixo'. Temos todos que nos comportar, no futuro, como infectados ou potenciais infectados, cumprindo escrupulosamente as regras e promovendo o isolamento social. Temos sido um exemplo para o país. E queremos continuar a ser. Apelo à consciência, de cada um. O nosso sucesso depende do comportamento, de cada um de nós", concluiu. 

A 17 de março, recorde-se, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que no dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário, e a 19 de março foi decretado o estado de emergência para todo o país. Ambos vigoram até às 23h59 de amanhã.

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