Covid-19. "Nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade"
A Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde realizaram a já habitual conferência de imprensa relativa à evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal.
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País Covid-19
Na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19), Marta Temido revelou, este sábado, que "nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade na resposta à Covid-19".
Como enfatizou a ministra da saúde, "temos estado a avaliar continuamente o que seria a nossa capacidade de salvaguarda de cuidados intensivos para a retoma da atividade assistencial noutras áreas que não apenas Covid-19". E esta análise permite à tutela avançar com alguns dados que evidenciam qual a capacidade de camas de unidades de adulto, nível 3, no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Neste "esforço de aquisição de equipamentos ventiladores e de alocação de recursos humanos de cuidados intensivos", o SNS aumentou o número de ventiladores disponíveis, que era em março de 1.142. "Estimávamos duplicar, mas ainda não duplicámos", revelou a governante, não detalhando o número de equipamentos.
Já quanto ao número de camas de adultos nível 3, "passámos de 528 para as atuais 713", o que revela "um aumento de 35% em praticamente 60 dias".
Concordou a ministra com a pasta da Saúde que "não está tudo feito", sendo que o Governo continua "com um conjunto de encomendas em fase de entrega, designadamente de ventiladores para unidades de cuidados intensivos. Esta semana chegaram 40 equipamentos". Marta Temido indicou ainda que há encomendas que estão "a demorar mais algum tempo [a serem entregues] por constrangimentos variados".
"Nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade na resposta a Covid-19", garantiu, acrescentando ainda que "estamos a utilizar este momento de necessidade de melhorar a resposta do país, acomodando a resposta a um eventual recrudescimento do surto e a retoma da atividade do SNS, para nos aproximarmos do que é a meta, que é ficarmos na média europeia de 11,5 camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes".
Destas camas polivalentes de adultos nível 3, "a taxa de ocupação à data é de 50%" e neste indicador é sentida "a retoma da atividade não Covid". Recorde-se que este sábado há 120 pessoas infetadas com o novo coronavírus internadas em unidades de cuidados intensivos.
DGS definirá "oportunamente" regras para Festa do Avante!
Relativamente à Festa do Avante, Marta Temido indicou que "oportunamente" serão definidas e apresentadas regras no domínio da saúde.
"As regras serão definidas pela DGS e serão oportunamente consideradas e partilhadas com os organizadores". Acrescentou ainda a governante que este "é um evento que acontece em setembro", e até essa data "a situação epidemiológica ainda é uma incerteza. Todos queremos que as coisas corram num determinado sentido, mas temos de dar passos pequenos e seguros para não sermos traídos", sustentou.
As declarações surgem depois de, na sexta-feira à noite, o primeiro-ministro, António Costa, ter dito que a Festa do Avante! se poderá realizar, desde que sejam cumpridas as orientações sanitárias da DGS, porque a atividade política dos partidos "não está proibida".
"Penso que a entrevista foi autoexplicativa sobre a intervenção setorial da saúde nesse tema", comentou hoje Marta Temido, reforçando que esta "é uma atividade política dos partidos e isso não está limitado".
Mortalidade com "diminuição consistente"
Desde o dia 15 de abril que Portugal tem assistido a uma "diminuição consistente" da curva de mortalidade.
Para além deste dado, a ministra da Saúde indicou ainda que, de acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), "o valor médio do RT [determina o número de pessoas contagiadas por cada doente infetado] nos últimos cinco dias de análise era de 1,04%".
Estes valores referem-se ao período de 1 a 5 de maio e mostram que "temos de ter cuidados necessários na vida diária, sobretudo neste período de alívio do confinamento".
Verão em tempos de Covid-19
Os dias de calor começam a fazer-se sentir e ainda não são conhecidas as medidas que serão estipuladas pelo Governo relativamente ao acesso às praias, pese embora muita 'tinta' tenha corrido na imprensa sobre o tema.
Precisou Marta Temido que está a ser feita uma "análise do que poderão ser um conjunto de regas referentes ao setor da saúde", sendo que em causa está a "intervenção de um conjunto de áreas setoriais".
Com efeito, há um "conjunto de intervenientes que terá de ser ouvido. É prematuro fazer qualquer referência, o Governo terá de analisar depois de receber os 'inputs' técnicos".
Recorde aqui a conferência:
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