Desde o passado dia 16 de março, as crianças e alunos do ensino básico e secundário estão a ter aulas à distância, por imposição do Governo como forma de tentar conter a disseminação do novo coronavírus, que já provocou mais de mil mortos em Portugal.
Na segunda-feira, os mais novos, que frequentam as creches, assim como os alunos do 11.º e 12. ano e os do 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário regressam às escolas, agora com novas regras.
Os diretores das creches sabem que a maioria das crianças não regressará já na segunda-feira, mas os estabelecimentos estão preparados para os receber: com corredores de circulação, com menos crianças por sala ou com mais momentos de higienização dos espaços e brinquedos.
Além disso, todos os funcionários das creches estão a ser submetidos testes de despistagem e, na segunda-feira, não deverá haver casos de infetados entre este grupo de profissionais.
Já no ensino secundário, não estão previstos testes à comunidade educativa, decisão que levou a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) a avançar com uma petição exigindo a realização desses testes e que já foi entregue no parlamento para discussão.
Em declarações à Lusa, os diretores garantiram que as escolas estão preparadas para receber os estudantes, tendo já recebido os materiais de higienização dos espaços assim como as máscaras, que passam a ser obrigatórias entre funcionários e alunos.
Os horários escolares das turmas vão ser desfasados, no período compreendido entre as 10:00 e as 17:00, e as aulas devem decorrer, sempre que possível, em espaços amplos, como auditórios ou pavilhões.
O Ministério da Educação deu autonomia às escolas para contratar mais professores, uma vez que algumas turmas serão divididas em dois grupos para garantir que é cumprido o distanciamento social definido nas orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os diretores contaram à Lusa que primeiro irão recorrer "à prata da casa", dando como exemplo a possibilidade e aumentar o horário dos professores sem horário completo.
Em relação aos trabalhadores não docentes, as escolas poderão chamar aqueles que normalmente exercem funções em escolas que vão continuar encerradas, uma vez que só vão reabrir cerca de 500 estabelecimentos de ensino.
Entretanto, no ensino superior, alguns alunos já regressaram às aulas presenciais e de laboratório, seguindo as orientações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), que recomendou às instituições que iniciasse uma reabertura gradual a partir de 4 de maio.
Esta semana, o primeiro-ministro sublinhou a importância do retomar das aulas presenciais para preparar o próximo ano letivo.
Portugal contabiliza 1.190 mortos associados à covid-19 em 28.583 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou hoje novas medidas que entram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para 06 de junho.