"Se alguém chumbou ontem foi Nuno Crato e foi Passos Coelho e chumbaram não só na prova dos professores, como chumbaram também mais uma vez na prova de capacidade que não têm para defender as funções sociais do Estado", afirmou o deputado socialista Acácio Pinto, durante uma interpelação do PCP sobre funções sociais do Estado e serviços públicos.
Recuperando uma questão levantada por diversas vezes pela oposição ao longo do debate, o deputado do PS classificou o atual momento na Educação como "um período muito negro", considerando que se está a assistir "é a mais um mau guião protagonizado por um náufrago político que não merece encontrar um bom porto de abrigo".
"A única agenda de Nuno Crato, a única agenda deste ministro era humilhar os professores", acrescentou, acusando ainda o ministro da Educação de querer lançar politécnicos contra universidades e universidades contra politécnicos.
"Se há alguém que está a mais é este Governo e é Nuno Crato", frisou Acácio Pinto, recordando que o seu partido já antes tinha defendido a cessação da vigência do diploma que instituiu a criação da prova de avaliação de conhecimentos dos professores contratados.
Antes, a deputada do BE Helena Pinto tinha também feito referência à prova de avaliação dos professores contratados, aconselhando o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, a pedir desculpas a todos os professores em vez censurar o seu comportamento.
"Em vez de censurar a dignidade cívica dos professores e professoras, o senhor ministro e todo o Governo deviam pedir desculpa a todos os professores e professoras por persistirem numa prova ofensiva e indigna que só mantêm pela teimosia do ministro Nuno Crato", sustentou a deputada do BE, numa referência à condenação de Poiares Maduro ao comportamento dos professores que "interromperam os que quiseram fazer a prova" de avaliação.
Quase no final do debate, o secretário de Estado da Administração Escolar garantiu que o objetivo da prova de avaliação dos professores não é lançar docentes contra docentes, mas "pugnar pela qualidade da escola pública".