Após a divulgação do mais recente boletim epidemiológico que dá conta da incidência da Covid-19 em Portugal, começou a habitual conferência diária da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Depois de reiterar os dados apresentados, este sábado, a ministra da Saúde avançou que a taxa de letalidade global se situa nos 4,3%, enquanto a dos maiores de 70 anos se cifra nos 17%.
No que ao Serviço Nacional de Saúde diz respeito, acrescentou Marta Temido, "a pressão da Covid-19 sobre o internamento continua a decrescer", com 514 doentes internados - menos 13 do que no dia anterior.
De acordo com os dados mais recentes, "a média do RT, para os dias 23 a 27 de maio, era de 1,02%". A média "variava entre 0,93 na região Norte; 0,98 na região Centro e 1,05 na região de Lisboa e Vale do Tejo", disse ainda a governante.
Temido fez também referência à situação epidemiológica de Lisboa e Vale do Tejo. "Apesar de o número de novos casos na generalidade das regiões do território nacional registar uma tendência decrescente, verificamos ainda um crescimento do número de novos casos concentrado na Área Metropolitana de Lisboa", designadamente nos concelhos da Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra.
Reforço de medidas em Lisboa e Vale do Tejo
"Desde meados de maio que o número de novos casos de Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo se mantém em cerca de 180 novos casos por dia. E nos oito últimos dias nesta região, ela representou, em média mais de 85% dos novos casos registados no país", referiu, frisando que "estes números não se distribuem igualmente por toda a região".
Os referidos concelhos "concentram a maior necessidade de resposta pela incidência de surtos específicos" e, de forma a controlar o risco de retrocesso na contenção da transmissão "é essencial a adoção de medidas específicas de saúde pública e estamos a tomá-las", sublinhou a ministra.
A ação envolverá nestas zonas, e ao longo dos próximos dias, o reforço de vários aspetos: "Primeiro, o rastreio da infeção focado nas atividades em que se tem verificado maior incidência e surtos da doença - designadamente áreas ligadas à construção civil, cadeias de abastecimento, transporte e distribuição".
Em segundo lugar, "a testagem de todas as pessoas em relação às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa por serem contactos dos referidos profissionais". Por fim, "a determinação do confinamento obrigatório destas pessoas e a garantia do mesmo".
Serão ainda apontados "locais alternativos para o confinamento domiciliário, quando se comprove que as condições de habitabilidade não reúnem os critérios de exequibilidade para o isolamento". O acompanhamento clínico de casos confirmados será feito "diariamente" por profissionais de saúde através de visitas domiciliárias.
Marta Temido terminou a sua intervenção na conferência com um apelo: "Se estiverem com sintomas, se estiverem doentes, por favor, não vão trabalhar".
Hospital Beatriz Ângelo? Ontem "terá começado a registar alguma estabilização"
Sobre o Hospital Beatriz, "sabemos que, pela área de influência que serve tem tido uma pressão específica" mas que, "ontem, a situação terá começado a registar alguma estabilização ou algum decréscimo". Terá cerca de 58 camas dedicadas a Covid-19 e dez camas em Unidade Intensivo, sendo que ontem "nove dessas camas de Cuidados Intensivos estavam ocupadas".
Marta Temido garantiu que "os demais hospitais da rede de Lisboa estão preparados para apoiar se isso foi necessário".
Já quando questionada sobre a questão das esplanadas, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, reiterou que as pessoas as "podem frequentar", têm é de "cumprir as regras". "Ir a uma esplanada por si só é até aconselhável, até para a retoma da nossa vida e para a retoma da economia, mas com os cuidados que estão ditos. Não é como íamos no verão passado ou na primavera passada", acrescentou.
"Estamos a programar formas de, pedagogicamente, reforçar a mensagem", disse Marta Temido.
Governo assegura alternativa para moradores sem condições de isolamento
"Como sabem já tivemos respostas para grupos específicos de população que foram também atingidos pelo surto e que não poderiam manter-se todos no local onde estavam, nomeadamente estruturas residenciais para idosos", recordou a ministra, frisando que "isso aconteceu em Pousadas de Juventude e com colaboração de outros parceiros da sociedade civil".
O que está a ser considerado é uma atuação "conjunta entre Saúde, Segurança Social e outras entidades", no sentido de "também aqui em Lisboa e Vale do Tejo, essas estruturas poderem ser direcionadas para a população alvo". Essas estruturas "estão preparadas e é uma questão de haver encaminhamento, no qual se insistirá", concluiu Marta Temido.
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[Última atualização às 14h10]