Tabaco. DGS une-se a campanha de consciencialização da OMS
No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado hoje, a Direção-geral da Saúde (DGS) associou-se a um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que pretende "tornar os jovens mais informados e conscientes" sobre as "táticas de manipulação" da indústria tabaqueira.
© GNR
A DGS sublinha, em comunicado, a importância da campanha SPEAK OUT #TobaccoExposed neste momento, já que "estudos mostram que pessoas que fumam apresentam maior suscetibilidade e risco acrescido de complicações, quando infetadas" com covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
"Reforçar intervenções políticas eficazes no combate ao tabagismo, expor táticas da indústria, informar os jovens sobre as intenções e as táticas da indústria do tabaco para os captar como novos consumidores e capacitar os influenciadores dos jovens para os alertarem e defenderem", são os objetivos desta campanha, segundo o comunicado.
O documento refere que a indústria tabaqueira gasta "8.000 milhões de euros, a nível mundial, em marketing e publicidade" para captar novos consumidores, "tendo os jovens e as mulheres como principal público-alvo", de forma a "substituir os oito milhões de consumidores que morrem a cada ano" por doenças relacionadas com o tabaco.
Em Portugal, morrem por ano mais de 12.000 pessoas devido a doenças associadas ao tabaco e, apesar de "haver uma redução do consumo dos produtos de tabaco convencionais", verifica-se um aumento do consumo de cigarros eletrónicos e tabaco aquecido.
"Uso de aromas de frutos e doces em produtos de tabaco e líquidos dos cigarros eletrónicos, que levam jovens a subestimar o risco e iniciar o consumo, criação de produtos com 'design' atrativo, fáceis de transportar e com formatos tecnológicos coloridos, promoção de produtos como sendo de baixo risco ou alternativas limpas, patrocínio de 'influencers' e 'bloggers'", são algumas das estratégias denunciadas pela nota.
No texto pode ler-se ainda que, apesar dos esforços, a indústria do tabaco continua a "opor-se à adoção de medidas, como o aumento de impostos especiais sobre o consumo e as proibições de publicidade", acusando-a de fazer ameaças com ações legais contra os governos.
"Colocação estratégica destes produtos nos pontos de venda junto de doces e refrigerantes, venda de cigarros perto das escolas, muitas vezes à unidade, facilitando o acesso a menores de 18 anos, marketing indireto, através de colocação de atores e pessoas a usar estes produtos em filmes, séries de televisão e eventos com transmissão 'online', promoção em festivais e eventos juvenis, aumento de ações litigiosas ou de tentativa de influência da decisão política", continua o documento.
Com esta campanha, a OMS pretende tornar os jovens mais informados e conscientes na deteção destas táticas, que adjetivam como "manipulação da indústria", e capacitá-los, no sentido de se alcançar uma geração mais atenta, informada e livre de tabaco.
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