O coletivo feminista 'Por Todas Nós' e vários estudantes do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) vão estar amanhã à porta da instituição, entre as 18h00 e as 20h00, a homenagear Beatriz Lebre e "todas as vítimas da violência contra as mulheres".
Sob o lema "Nem mais uma - Homenagear Beatriz Lebre e todas as vítimas", o movimento feminista explica que o tributo irá contar com "um painel para receber as mensagens de homenagem e pelo fim da violência de género".
"Não podemos ficar indiferentes e, mesmo tendo todos os cuidados de distanciamento físico, é importante dar visibilidade de rua a esta causa de todas e todos nós", é sublinhado na divulgação da ação, nas redes sociais.
Apesar de o movimento admitir que os "relatos divergem" sobre o caso da morte da jovem, para o grupo de mulheres há um facto incontornável: Beatriz Lebre foi morta por um "assassino confesso", um "colega que estava obcecado por ela e não aceitou um 'Não' como resposta". Houve uma "vida foi roubada".
"Só no ano passado, foram 30 mulheres assassinadas e 27 tentativas de femicídio em contexto familiar ou de intimidade, dados do Observatório de Mulheres Assassinadas. Isto é uma guerra contra as mulheres. Gritamos: Nem mais uma!", é sustentado.
Por fim, o grupo feminista deixa ainda uma nota sobre as medidas de segurança a ter em conta, durante a homenagem que decorrerá quinta-feira, considerando o contexto pandémico atual.
É, assim, pedido aos intervenientes que levem as próprias "mensagens e cartazes" para o local e que sejam evitados ajuntamentos de pessoas: "Não poderemos permanecer todas e todos no mesmo espaço fazendo grandes concentrações. Por isso, depois de deixares a tua mensagem ajuda-nos a garantir a segurança de toda a gente". No local, será ainda disponibilizado material para escrever e desinfetante.
Beatriz Lebre, de 23 anos, natural de Elvas, estudante de Psicologia no ISCTE, foi assassinada, a 22 de maio, por um colega. Após confessar ter matado a jovem, Rúben Couto, de 25 anos, ficou sujeito à medida de coação mais gravosa, decretada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.
Na passada sexta-feira, a Autoridade Marítima Nacional anunciou que foi encontrado um corpo no rio Tejo, na zona de Santa Apolónia, em Lisboa. As autoridades acreditam tratar-se do corpo da vítima.
A Polícia Judiciária (PJ), que está a investigar o caso, avançou em comunicado, na quinta-feira, que deteve um homem de 25 anos "por fortes indícios da prática de um crime de homicídio". A PJ recordou, ainda na nota, que o crime ocorreu em 22 de maio, "vitimando uma mulher, de 23 anos, colega do presumível autor, a qual se encontrava desaparecida desde então".