"Políticas corajosas de combate às desigualdades" precisam-se
No artigo de opinião que assina esta semana no Diário de Notícias, intitulado ‘Crescimento: miragem ou realidade?’, Manuel Maria Carrilho faz uma reflexão sobre a esperança num crescimento mundial em 2014. A ilusão de um crescimento a 3% ou mais, bem como a necessidade de novas ideias e políticas corajosas para combater desigualdades são algumas das conclusões a que chegou.
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O ex-ministro da Cultura reflectiu sobre a possibilidade de crescimento económico para 2014, no seu artigo semanal no Diário de Notícias.
A entrada em 2014 será semelhante ao início de 2013, segundo o ex-ministro da Cultura: “À espera do crescimento que nos tire finalmente da crise”. Porém, sublinha que “este crescimento com valores que vão de 3% para cima, é pensado a olhar para o passado, com a retoma de um percurso que apenas teria sido pontualmente interrompido por diversos erros que é possível ultrapassar”. E continua, "a expectativa de um crescimento assenta assim nesse olhar preguiçoso e nostálgico do passado, e na crença da sua natural repetição o futuro”.
Manuel Maria Carrilho sustenta a sua posição dando exemplos de dados do estudo ‘O capital no século XXI’, de Thomas Piketty, que analisa a evolução da economia de 20 países durante os últimos três séculos e sublinha o ponto mais importante a reter: “Não há nenhum exemplo histórico de um país que se encontre na fronteira tecnológica mundial e cujo crescimento seja duravelmente superior a 1,5%”.
“Continuamos numa grande medida impregnados pela ideia segundo a qual o crescimento deve ser pelo menos de 3% ou 4%. Ora, isto é uma ilusão, tanto em relação à história, como à lógica”, disse o autor do estudo, citado por Carrilho.
Além disso, o antigo ministro relembra que estes dados convergem com trabalhos de Robert J. Gordon, nos quais este destacou o “crescimento acelerado que temos em mente quando hoje falamos de “retoma” ou de “saída da crise”, ser o resultado de um concurso de circunstâncias extraordinárias, e irrepetíveis, que resultaram de diversas e fortíssimas vagas de inovações: a máquina a vapor, a electricidade, a industrialização, a urbanização, a emancipação feminina, etc.”
Carrilho remata o seu artigo de opinião, depois de dar o exemplo do debate que tem vindo a ser feito neste sentido nos EUA, com a ideia de que não basta diagnosticar o problema, sendo precisas “novas ideias e políticas corajosas de combate às desigualdades, capazes de encontrar novos equilíbrios no âmbito da globalização”.
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