"Há algumas pessoas que, pontualmente, sabemos que não estão preocupadas porque a vontade de vir a Portugal é grande, outros, mais ponderados, têm essa apreensão e têm-nos manifestado esta apreensão e colocado uma série de questões. Mas existe essa apreensão", disse à Lusa José Governo, em chamada telefónica.
José Governo, responsável pela comunicação da associação e um dos membros fundadores, acrescentou que as medidas de prevenção contra a covid-19, como a possibilidade de realizar um período de isolamento de duas semanas, levantam algum receio entre os portugueses no estrangeiro.
"Muitos vêm cá durante um período de 15 dias, três semanas, mas têm de fazer uma quarentena de 14 dias. Praticamente não vale a pena vir, porque ficam em quarentena durante o período de férias, correndo o risco de chegarem ao seu país de acolhimento e fazerem nova quarentena", explicou o responsável.
A AILD lançou recentemente o seu portal na internet, que José Governo detalhou que esta pretende ser uma plataforma destinada ao contacto entre lusodescendentes e Portugal.
"A nossa plataforma digital é, neste momento, mais uma forma de nos podermos aproximar e potenciar essa proximidade. Nessa plataforma, além de ser um espaço onde podemos ter um contacto mais próximo com as comunidades e com as associações e com os empresários e estreitar relações", disse, acrescentando: "vamos ter nessa plataforma um espaço onde empresas de cá [Portugal] e de empresas de lá [no estrangeiro] possam estabelecer pontos de encontro, de contacto e de interesse".
O responsável da AILD destacou ainda que a plataforma vai permitir "uma relação de proximidade" entre autarquias e seus "emigrantes de origem".
José Governo considerou que a plataforma vai permitir esta relação, "criando assim um espaço de informação e de oportunidade de poder incentivá-los a investirem na sua própria região, que é uma forma de dinamizar os municípios de baixa densidade e do interior, que passam neste momento por algumas dificuldades a esse nível".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 601 mil mortos e infetou mais de 14,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.689 pessoas das 48.636 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.