Juiz acusado de ver relatos de menores abusados julgou pais de prostituta
Joaquim Manuel Silva acredita que está a ser alvo de uma vingança e garante ser inocente.
© Facebook / Ana Loureiro
País Prostituição
O juiz Joaquim Manuel Silva, acusado por Ana Loureiro de ver vídeos de menores a relatarem abusos sexuais enquanto recorria a serviços de prostitutas, acredita que está a ser alvo de uma vingança, revela hoje a SIC Notícias.
De acordo com o canal de televisão, o magistrado de Mafra descobriu que foi ele que, em 2004, pronunciou os pais da prostituta e que os levou a julgamento num processo que lesou o Estado em mais de 2.3 milhões de euros.
Maria Gerarda e Manuel Marques eram os principais arguidos de um esquema de fraude e falsificação. Segundo a SIC Notícias, o casal, que detinha um posto de colheitas, na Almirante Reis, em Lisboa, falsificou milhares de credenciais e vinhetas de médicos e centros de saúde que enviavam para outros laboratórios que faziam parte do esquema. Pediam, normalmente, as análises mais caras e o valor das comparticipações do Estado era depois distribuído.
Perante esta descoberta, Joaquim Manuel Silva diz que é “muita coincidência” estar a ser acusado pela filha deste casal de algo que garante estar inocente.
“Isto é um bocado estranho. Isto vem de onde? Não sei se há, se não há [relação]. Que investiguem! Agora que é muita coincidência é”, atira na reportagem emitida esta quarta-feira.
Ainda durante a mesma entrevista, o magistrado garante que está inocente, que regula casos de responsabilidade parental e não de abusos de menores e que nunca recorreu a serviços de prostitutas.
“Eu tenho 59 anos e estou divorciado há dois, era normal ter ido às prostitutas, seria normal, mas eu já disse que nunca fui. Acham que eu sou parvo? Se eu tivesse ido ia dizer que nunca fui e depois descobriam que eu tinha ido e depois está a mentir aqui, está a mentir ali. Eu nunca fui. Para mim aquilo não tem sentido nenhum porque a dignidade das mulheres ali vale zero. Coitadas! Só tenho compaixão por aquilo. Portanto, eu não contribuo para aquele tipo de escravatura. Respeito quem faz, não tenho nada a ver com a vida privada de cada um. Eu não faço!”, garante Joaquim Manuel Silva.
Já Ana Loureiro mantém todas as acusações. A proprietária de uma casa de prostituição assegura que nunca se cruzou com Joaquim Manuel Silva na sala de audiências e soube pelo jornalista da SIC que foi ele quem interveio na fase de instrução do processo em que os pais foram arguidos.
A mulher garante ainda que não ganhava nada em mentir e que já entregou todas as provas ao Ministério Público e Polícia Judiciária.
“Vingança de quê? Não foi o Manuel que condenou a minha mãe, eu nem fazia ideia que ele tinha estado nesta reabertura de instrução, mas não foi ele que condenou a minha mãe”, salienta.
Recorde-se que Ana Loureiro é a primeira subscritora de uma petição para legalização da prostituição. No Parlamento, a 4 de junho, durante uma audição, a prostituta apontou o dedo a Joaquim Manuel Silva, garantindo que este pagava por sexo oral, enquanto ouvia relatos de crianças abusadas, usando esta denúncia para apelar à legalização da profissão mais antiga do mundo.
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