Acidente "criminosamente grave" deixa linha sem previsão de reabertura

O descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, no concelho de Soure, esta sexta-feira, fez duas vítimas mortais e dezenas de feridos. Circulação na linha ferroviária continua impedida.

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Noticias ao Minuto com Lusa
01/08/2020 07:19 ‧ 01/08/2020 por Noticias ao Minuto com Lusa

País

Descarrilamento

De acordo com o último balanço do Comando Distrital de Operações de Coimbra (CDOS), às 20h10, de sexta-feira, o descarrilamento do comboio Alfa Pendular, em Soure, fez dois mortos e 43 feridos, sete dos quais em estado grave. 

Já pelas 21h00, uma atualização do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) dava conta da admissão de 28 feridos, dois em estado grave e outros dois muito grave.

Um dos casos mais graves (politraumatismo), que foi levado para o bloco operatório de emergência, é o maquinista do Alfa Pendular.

Entre os restantes feridos admitidos no CHUC estão uma menina de seis anos e uma rapariga e um rapaz de 16 anos, que foram assistidos no Hospital Pediátrico.

Por seu turno, o gabinete de relações públicas do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), em informação disponibilizada às 20h01, afirmou ter recebido seis feridos ligeiros, "todos adultos, conscientes e em observação".

O alerta para o acidente, que resultou do descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, na linha do Norte, após colidir com uma máquina de trabalhos da Infraestruturas de Portugal, foi dado às 15h30. 

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) anunciou que vai investigar as causas do acidente.

O Presidente da República e o primeiro-ministro deixaram esta sexta-feira as suas condolências às famílias das vítimas mortais (os únicos ocupantes de uma máquina de trabalhos ferroviários da Infraestruturas de Portugal) e afirmaram estar a aguardar "os resultados das investigações técnicas e judiciais). 

Marcelo admitiu ainda a possibilidade de este sábado, durante a tarde, se deslocar a Coimbra para visitar os doentes mais graves deste acidente.

"Acreditamos na ferrovia. Eu não diria que a ferrovia passa a ser um meio de transporte inseguro, mas não impede que os acidentes possam acontecer como este aconteceu. Mas temos de aprender com o que aconteceu para diminuir mais os riscos de acidentes na ferrovia", disse Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas em Soure, próximo do local do acidente, esta sexta-feira.

A circulação na linha ferroviária do Norte continua hoje interrompida nos dois sentidos, uma vez que os trabalhos de limpeza e remoção do material circulante são "muito demorados".

Em comunicado divulgado no seu 'site', a CP garantiu que "está a ser realizado transbordo rodoviário no local da perturbação".

"Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Inter-regional e Regional, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos", acrescentou a empresa, explicitando que os pedidos deverão ser feitos num prazo de 10 dias nas bilheteiras ou no 'site' da CP.

O especialista em ferrovia Manuel Tão considerou hoje que a sobreposição de dois sistemas de segurança e de regulamentação no mesmo troço, ao mesmo tempo, poderá ter sido a causa do acidente com o comboio Alfa Pendular, em Soure.

"Se de facto estamos perante uma situação dessas, estamos perante uma bizarria", salientou à agência Lusa o especialista.

Já o especialista em Transportes e Vias de Comunicação Luís Cabral da Silva considerou que o acidente foi "criminosamente grave" e "inexplicável".

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