Em comunicado, a UDIPSS diz que "enche de satisfação" o anúncio feito pela Autoridade de Saúde Pública no sábado, sobre a "total resolução" do surto que eclodiu na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da sua associada Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS).
A UDIPSS deixa também uma mensagem de "reconhecimento" a todas instituições sociais, pelo "árduo trabalho e pelo esforço colossal" que marcaram a sua ação nos últimos meses.
Destacando o trabalho de "valorização", em relação à capacidade de gestão que revelaram deter nos últimos tempos, a UDIPSS deixa ainda uma mensagem de "esperança", esperando que o futuro, apesar de poderem surgir novas vagas desta pandemia, as instituições possam estar "mais fortes".
"Esperança de que no futuro, ainda que novas vagas desta pandemia possam surgir, estaremos mais fortes e mais unidos e responderemos ainda melhor, pois a turbulência é sempre rastilho da revitalização e da reinvenção de objetivos, de estratégias e da ação", lê-se no documento.
O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito sobre o surto de covid-19 no lar da FMIVPS, que já provocou 18 mortos, revelou na sexta-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Questionada pela agência Lusa, a PGR confirmou a existência de um inquérito sobre o surto de covid-19 que surgiu no lar da FMIVPS, o qual corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora.
O surto no lar provocou, até quinta-feira, um total 162 casos de infeção, incluindo 18 mortos: 16 utentes, uma funcionária do lar e um homem da comunidade.
No lar, foram contaminados 80 utentes e 26 profissionais, mas a doença propagou-se à comunidade e infetou outras 56 pessoas.
Numa resposta por correio eletrónico a questões colocadas pela Lusa, a PGR revelou ainda que já recebeu o relatório da Ordem dos Médicos (OM) para avaliar as circunstâncias clínicas do surto de covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz, indicando que o documento "encontra-se em análise".
O lar onde começou o surto não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), conclui a auditoria, divulgada na quinta-feira à noite e à qual a Lusa teve acesso, com a comissão da OM a apontar responsabilidades à administração e a fazer também críticas à Autoridade de Saúde Pública e à Administração Regional de Saúde.
Em 09 julho, a Lusa já tinha questionado a eventual abertura de um inquérito, tendo então o magistrado do MP coordenador da Comarca de Évora respondido que o Ministério Público estava "a proceder a averiguações".
No relatório, que já foi enviado ao MP, Ministério da Saúde, DGS e à Ordem dos Advogados, a Ordem dos Médicos alega, entre outros aspetos, que foram criadas todas as condições para a "rápida disseminação" do vírus, "com responsabilidades para quem geria o espaço, o processo de rastreio epidemiológico e a aplicação das normas da DGS".
A Ordem dos Advogados (OA) vai fazer "o enquadramento jurídico" das conclusões do inquérito dos médicos ao surto de covid-19 no lar em Reguengos de Monsaraz para determinar consequências, segundo revelou na sexta-feira à Lusa o bastonário.
Os médicos fizeram "o relatório técnico sobre questões de saúde" e à OA cabe "fazer o enquadramento jurídico para dizer, em conclusão, quais as consequências do que foi descoberto", afirmou o bastonário dos Advogados, Luís Menezes Leitão.
Segundo o bastonário, a OA já recebeu da OM o relatório da auditoria e foram dadas indicações à Comissão dos Direito Humanos da Ordem para "fazer o enquadramento jurídico do que se verificou" no lar.