Já arrancou mais uma conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica em Portugal, momentos após ter sido divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) que foram contabilizados mais três mortos e 278 casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24 horas.
Marta Temido tomou a palavra e começou por revelar que dos 278 infetados identificados, nas últimas 24 horas, 160 são referentes a residentes da área de Lisboa e Vale do Tejo, a região do país mais afetada pela pandemia. De seguida, a ministra lamentou os três óbitos registados hoje e adiantou que todas as vítimas, tinham mais de 80 anos.
Quanto à taxa de letalidade global, a governante revelou que, em Portugal, encontra-se, neste momento, em 3,3%. Já o Índice de Transmissibilidade efetivo (RT), entre 3 e 7 de agosto, situa-se no 0,99. Ou seja, abaixo de 1, "mas, a tendência decrescente dos últimos dias está a ter uma ligeira inversão", alertou. A taxa de incidência de novos casos na última semana é de 13,4 por cada 100 mil habitantes e, nos últimos 14 dias, é de 25,4 por 100 mil habitantes.
Ainda no que diz respeito a números, há, atualmente, 12.519 casos ativos e 161 surtos no país, designadamente: 42 na região Norte, oito no Centro, 82 em Lisboa e Vale do Tejo, 13 no Alentejo e 16 no Algarve. Sobre focos do novo vírus, a ministra apenas salientou que a situação em Vila do Conde já está a ser acompanhada com "bastante atenção" pelas autoridades de saúde, num momento em que no espaço de uma semana se verificou mais de 60 infetados.
Festa do Avante? "Não haverá excepções"
Confrontada, mais uma vez, pelos jornalistas sobre a Festa do Avante!, Marta Temido frisou: "Não haverá excepções". A ministra adiantou que, neste momento, os técnicos estão a proceder à "aferição daquilo que são as condições que o promotor do evento tem para cada" área, face às normas delineadas pela DGS. "Não vamos, obviamente, nem permitir aquilo que está proibido, nem proibir aquilo que está permitido", ressalvou, reiterando que a tutela não vai correr "riscos adicionais" ou "impor deveres adicionais" no festival comunista.
Quanto há lotação do espaço, a governante avançou que terá, este ano, que ser inferior à capacidade máxima de 100 mil pessoas do recinto no Seixal, por causa da Covid-19. "É evidente que estamos a falar, teremos que falar de outros números", concluiu.
Ainda sobre o Avante, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, apontou que a festa "é um evento complexo" e que tanto a criação de planos de contingência por parte do organizador, como a análise posterior dos mesmos vai "exigir o seu tempo".
"Queremos garantir que quando tivermos a vacina é segura e eficaz"
No que diz respeito à possível aquisição da nova vacina russa contra o novo vírus, Marta Temido afirmou que, neste momento, Portugal está, primeiramente, atento às "recomendações e leitura" da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o novo tratamento. "É muito importante acelerar o processo de investigação e de descobrir uma vacina eficaz, mas nesse processo não podemos sacrificar nem a segurança, nem a eficácia terapêtica", alertou a ministra.
Recordando que a Fase 3 dos ensaios clínicos desta vacina ainda não foi realizada ao que tudo indica, Marta Temido assegurou que Portugal está a posicionar-se para ter uma vacina eficaz contra a Covid-19. "Há várias empresas, em várias fases. Queremos garantir que quando tivermos a vacina é segura, eficaz e que responde às necessidades dos portugueses", declarou.
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