Durante a cerimónia da assinatura do acordo para o aumento da capacidade de testagem ao novo coronavírus em Portugal, António Costa falou aos presentes assinalando que "há algo muito importante que tem acontecido" no nosso país, "do ponto de vista da nossa vida em sociedade, que foi a forma como, coletivamente, as pessoas reagiram perante a pandemia".
"Uns mobilizaram-se para converter as suas fábricas de confeções em produtores de máscaras, outros converteram a sua produção das mais diversas naturezas para produzir elementos de desinfeção e outros mobilizaram-se para colocar a ciência e os recursos humanos que tinham ao serviço do combate a esta pandemia", destacou o primeiro-ministro.
O Chefe de Governo prosseguiu a sua intervenção destacando "porque é tão importante este reforço da capacidade de testagem". Nas palavras de Costa, "nós, para controlarmos esta pandemia temos, em primeiro lugar, que apelar à responsabilidade individual de cada um de nós, no respeito pelas regras" já conhecidas de distanciamento social, uso de máscara, etiqueta respiratória e lavagem das mãos.
Mas, "em segundo lugar", frisou, há outro "passo fundamental, que é sermos rápidos a detetar os casos, a isolar os casos, para romper as cadeias de transmissão". Em terceiro, "temos de robustecer cada vez mais a capacidade do Serviço Nacional de Saúde para poder tratar aqueles que estão infetados e, em particular, aqueles que estando infetados desenvolvem patologias mais exigentes".
"Com este aumento de atividade, vamos ter um aumento do risco de transmissão"
António Costa afirmou, em seguida, que "nesta fase, em que estamos a assistir em toda a Europa e também em Portugal a um crescimento significativo dos novos casos, em que estamos a regressar de férias e à atividade normal, na semana em que as escolas estão a retomar em pleno, todos temos consciência que, com este aumento de atividade, vamos ter um aumento do risco de transmissão".
Deste modo, torna-se "essencial" aumentar a capacidade de testagem. "Porque a forma que temos de controlar este aumento do risco de transmissão da forma mais rápida possível, evitando que ela se espalhe pela sociedade, é chegar tão rapidamente a alguém que tem alguma suspeita, testar, isolar, ver quais são os contactos mais próximos, testar, isolar e isolar na medida do estritamente necessário".
O primeiro-ministro voltou a referir que "nós sabemos todos que não podemos voltar a fazer aquilo que tivemos de fazer em meados de março", quando a pandemia do novo coronavírus "crescia exponencialmente". "Só houve uma coisa a fazer: foi primeiro encerrar as escolas, foi decretar a cerca sanitária em Ovar, foi decretar o Estado de Emergência e o confinamento geral".
"Foi essencial para travarmos o crescimento exponencial da pandemia, mas todos conhecemos bem os brutais custos sociais e económicos que essa medida teve na vida de cada um, no rendimento das famílias, no emprego de centenas de milhares de pessoas e num universo empresarial muito vasto", acrescentou.
Agora estamos, "simultaneamente, numa crise sanitária, mas também numa crise económica e numa crise social". "Temos de conseguir continuar a controlar a pandemia ao mesmo tempo que recuperamos o país" e, para tal, "não podemos voltar a ter o confinamento que tivemos em março".
O Chefe do Governo assinalou também que estamos agora "mais bem preparados" para lidar com a Covid-19 mas o vírus "continua a andar por aí" e temos de ter "uma resposta muito rápida". Para tal, o aumento da testagem é "um passo decisivo", juntamente com a responsabilidade de cada um de nós em cumprir as regras contra o novo coronavírus.
"Houve um grande investimento feito pelo Serviço Nacional de Saúde, houve uma multiplicação de laboratórios privados e da academia que aumentou significativamente a nossa capacidade de testagem", referiu ainda, destacando que "este mês já batemos por duas vezes o recorde de testes diários realizados".