Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, esteve, na manhã deste domingo na TVI24, onde versou sobre o novo ano letivo, no dia em que as colocações da primeira fase foram conhecidas. Questionado se há camas suficientes nas residências universitárias para os alunos portugueses, o governante referiu que "há, este ano, mais camas do que havia o ano passado, cerca de mais 2.400, porque, para além das camas nas residências, há as protocoladas com as autarquias e ainda um conjunto de 4.500 camas disponibilizadas por alojamentos locais e hotéis".
"Ontem", deu como exemplo, "estavam 10.500 camas disponíveis" em todo o país, sobretudo em Lisboa e no Porto. "Claro que a redução do número de camas nas residências foi feita com base nas instruções das autoridades de Saúde, para garantir condições de segurança", apontou.
Manuel Heitor frisou ainda que "este ano, face naturalmente à capacidade instalada em alojamentos locais, que esse não vai ser o principal problema".
No Observatório do Alojamento Estudantil constam "os preços mínimos, os preços máximos e os preços médios", revelou ainda. "Temos a observar, face ao ano passado, uma redução de cerca de 13% nos preços médios e os preços mínimos a reduzirem até cerca de 20%".
"Acreditamos que este ano vamos conseguir, efetivamente, ter camas para todos os estudantes. É um desafio para todos mas não é, certamente, o maior desafio", declarou o ministro do Ensino Superior.
Já sobre os professores universitários que façam parte de grupos de risco face à pandemia da Covid-19 que atravessamos, o governante garantiu que estes podem fazer teletrabalho e ensinar à distância. "Claro que sim. As condições são as mesmas que para outras áreas".
"O Ensino Superior tem características muito diferentes de outras formas e rege-se, sobretudo, por questões de autonomia. Por isso em cada instituição são práticas diferenciadas mas, certamente, acredito que todas hoje têm as condições de segurança", advogou, acrescentando que "temos hoje um corpo docente muito diversificado, com idades muito diversificadas".
Praxes? "Sempre repudiei e sempre irei repudiar as manifestações mais humilhantes"
As praxes, tema polémico no início de muitos anos letivos, foram tema. Este ano, a pandemia também tem 'um papel' a dizer. Sobre esta questão, Manuel Heitor assegurou que escreveu a dirigentes estudantis "pedindo e apelando à maior responsabilidade".
"Sempre repudiei e sempre irei repudiar as manifestações mais humilhantes associadas às praxes. Deixo também um apelo a todos os estudantes para não recorrerem quer a ajuntamentos, quer a práticas menos dignas daquilo que é o apelo à liberdade", terminou o ministro.
Recorde-se que, segundo dados divulgados hoje pela Direção-Geral do Ensino Superior, 50.964 estudantes ficaram colocados no concurso nacional de acesso para ano letivo de 2020/2021, que começa esta semana na maioria das Instituições de Ensino Superior (IES). Cerca de 12 mil ficaram de fora.