António Costa falava aos jornalistas após um Conselho de Ministros extraordinário que decidiu novas medidas restritivas para controlar o aumento de casos de covid-19 no país.
A contratação destes enfermeiros será feita de forma idêntica aos médicos reformados e vão exercer funções nas unidades de saúde pública das administrações regionais de saúde e das unidades locais de saúde.
"Estamos também a proceder à contratação, e decidimos hoje fazer isso, de enfermeiros reformados, destinando-os preferencialmente às equipas de rastreamento dos contactos em condições idênticas às que já são adotadas desde o início do ano para a contratação de médicos reformados", precisou.
No âmbito do reforço da capacidade de resposta do SNS, António Costa avançou também que está a ser feita a reativação de espaços de retaguarda para que sejam retirados dos hospitais doentes que podem ser tratados noutros locais.
"Temos vindo a desenvolver um esforço muito grande em resolver o problema das chamadas altas sociais, pessoas que já têm uma alta clínica, mas porque não têm condições de habitabilidade ou porque não têm um local de habitação vão ficando no hospital", disse.
Segundo o primeiro-ministro, no âmbito deste programa dos Ministério da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, já foram recolocadas 800 pessoas e, nas próximas semanas, outras 396 pessoas vão ser retiradas do hospital e realojada em outros espaços.
O Governo aprovou também "um regime excecional e temporário de teletrabalho obrigatório, salvo impedimento do trabalhador, nos territórios a definir por resolução de Conselho de Ministros".
O comunicado do Conselho de Ministra refere que foi ainda aprovado, no âmbito das medidas excecionais e temporárias de combate à doença covid-19, um decreto-lei que estende o limite máximo de duração do serviço efetivo em regime de contrato no âmbito militar até 30 de junho 2021 e prorroga o prazo de informação do registo de fundações até 31 de dezembro de 2020.
Além da medida do confinamento parcial em 121 concelhos do território continental nacional, o Governo decidiu renovar a situação de calamidade em todo o país até às 23:59 do dia 15 de novembro, que está em vigor desde 15 de outubro, no âmbito da pandemia da doença covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.507 pessoas dos 141.279 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.