Polícia Judiciária realiza buscas no Estádio da Luz (e não só)
Em causa estará corrupção desportiva. O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o ex-assessor jurídico da SAD do clube, Paulo Gonçalves estão entre os suspeitos nesta operação.
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País PJ
A Polícia Judiciária (PJ) realizou, na manhã desta segunda-feira, buscas no Estádio da Luz, tendo como alvo altos responsáveis do Benfica, informa a TVI.
De acordo com o canal da estação televisiva de Queluz, esta operação - liderada pelo juiz Carlos Alexandre - teve especial incidência nas instalações da SAD do clube e no gabinete da presidência, Luís Filipe Vieira. Já a RTP indica que também o estádio do Santa Clara, nos Açores, está a ser objecto de buscas. Tanto o Benfica com o Santa Clara confirmaram a informação. Entretanto, o jornal o JOGO avança que a SAD do Sporting está igualmente a ser visada pelas buscas das autoridades, informação que o clube de Alvalade também já confirmou.
O dirigente dos encarnados estará sob suspeita de crimes como corrupção desportiva, bem como Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, que deixou o cargo após ter sido acusado no processo E-toupeira, mas que continua a ter uma relação empresarial com o clube das águias.
As buscas, que contaram com cerca de 50 inspetores da PJ, tiveram como principal intuito a recolha de informação para vários processos que estão a decorrer, no âmbito dos quais o Ministério Público prepara-se para avançar com acusações.
A operação, articulada com uma equipa de magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, está ainda focada em empresários e outros agentes que, nos últimos anos, se relacionaram com o Benfica e, sobretudo, com Luís Filipe Vieira.
Em causa estarão crimes de corrupção desportiva, em particular a realização de subornos a atletas de clubes adversários, como o Marítimo e o Rio Ave, com o objetivo de garantir que o clube da Luz ganhava em jogos de futebol frente às suas equipas.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um comunicado no qual, sem avançar nomes de clubes, confirma que foram realizadas hoje 29 buscas no âmbito de "negócios do futebol": "Oito foram domiciliárias; uma, a uma fundação; seis, a instalações de três sociedades desportivas; nove, a outros tipos de sociedade; três, a dois clubes desportivos e duas, a dois escritórios de advogados.
"Nos inquéritos investigam-se factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio ou recebimento indevido de vantagem, corrupção ativa e passiva no fenómeno desportivo, fraude fiscal qualificada e branqueamento. Estão em causa negócios de diversa natureza, todos relacionados com o futebol profissional e relativos, nomeadamente, a contratos de parceria de cooperação financeiro-desportiva e respetivos aditamentos bem como a acordos de alteração de contrato de parceria", esclarece, em comunicado, a PGR.
O órgão público avança ainda que também estão a ser investigadas aquisições dos "direitos desportivos e económicos dos jogadores por parte de clubes nacionais de futebol, empréstimos concedidos a um destes clubes e a uma sociedade desportiva por um cidadão de Singapura com interesses em sociedades sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas e a utilização das contas do mesmo clube e de outro, para a circulação de dinheiro".
"As investigações incidem igualmente sobre o envolvimento de outros tipos de sociedades (algumas ligadas ao setor imobiliário), o pagamento em dinheiro de prémios de jogo, a satisfação de dívidas pessoais de dirigentes, a utilização por estes de valores dos clubes e a omissão declarativa de operações fiscalmente relevantes", adianta, por fim, a nota em causa.
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