"RIP! querido Eduardo. Curvo-me em tributo", escreve a militante socialista e pré-candidata à Presidência da República.
"Que ironia, sabermos do seu desaparecimento no dia 1.º de Dezembro", escreveu Ana Gomes, numa alusão ao dia da Restauração da Independência, em 1640, e ao cospmopolitismo de Eduardo Lourenço e à universalidade da sua obra.
"Eduardo Lourendo, um português cosmopolita que, com infatigável lucidez, pensando em voz alta o país, ajudou a fazer e, portanto, a defender Portugal. Até de si próprio".
Eduardo Lourenço, que era conselheiro de Estado, morreu hoje, em Lisboa, aos 97 anos.
O ensaísta e filósofo nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra, em 1946, aí iniciou o seu percurso, como assistente e como autor, com a publicação de "Heterodoxia" (1949).
Seguir-se-iam as funções de Leitor de Cultura Portuguesa nas universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, em Montpellier, na França, e no Brasil, até se fixar na cidade francesa de Vence, em 1965, com atividade pedagógica nas principais universidades francesas.
Autor de mais de 40 títulos, possuiu desde sempre "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares.
"Labirinto da Saudade", "Pessoa, Rei da Nossa Baviera", "Tempo e Poesia" e "Os Militares e o Poder" estão entre algumas das suas principais obras.